quinta-feira, abril 06, 2006

Ainda o estacionamento

Senhor comunista sem medos:
O seu comentário em relação ao estacionamento no parque do Clube Desportivo"Os Águias", legitimo como todos os outros, espero que aceite a legitimidade dos outros, causou-me um certo desconforto porque tratando-se de uma questão de estacionamento, já resvalou para o campo da discução da teoria politica que como tema pouco consensual só causa divisões pouco propicias ao que Alpiarça precisa neste momento.
Mas agora e a talho de foice voltemos à teoria politica, em Portugal vivemos em democracia que é o regime mais frágil que se conhece, porque alberga no seu seio até os seus próprios inimigos.
Por falar no dualismo comunismo/nazismo embora para muitos Alpiarcences pareça heresia, o que é facto é que estes dois regimes politicos assemelham-se e bastante, senão vejamos:
1ºRegimes de partido unico ou de diversos partidos controlados pelo partido do poder.
2ºPolicia politica, tortura e assassinatos por delitos de opinião.
3ºCensura aos orgãos de comunicação social com fecho de jornais, rádios e canais de televisão que não afinem pela cartilha oficial.
Mas contextualizemos, agora, históricamente os dois regimes, para o comunismo basta lembrar o papel de Estaline, com a colectivização força que levou, "apenas", amorte de milhares largos de camponeses, com as purgas que praticamente decapitaram o aparelho dirigente do PCUS, com a perseguição aos judeus, assassinatos politicos até no estrangeiro, para não falar no papel do camarada na 2ª Guerra Mundial, com o célebre acordo entre José de Ribbentroop por parte da Alemanha Nazi e Molotov por parte da União Soviética, que dividiu a Polónia, para não falar de outros lideres posteriores, até ao aparecimento de Gorbatchov, que seguiram a mesma politica tanto a nivel interno, como externo tipo invasão da Checoslováquia, da Hungria, a imposição de lideres fantoches em países tais como a Polónia, Hungria, Checoslováquia, antiga RDA.
Se estes "defensores" da classe operária não fossem dirigentes de uma super potência, que à altura de Gorbatchev gastava 70% do orçamento com a defesa, seriam levados a um tribunal internacional e julgados por crimes contra a humanidade.
Ainda agora está a decorrer um inquérito no parlamento polaco sobre a imposição da lei marcial na Polónia, por altura das manifestações do sindicato independente Solidariedade, por parte do palhaço manobrado pela União Soviética, Jaruzelski que argumenta a seu favor que a lei marcial foi imposta para evitar uma invasão militar do país por parte da União Soviética, muitos e muitos factos poderia agora citar, mas fico-me por aqui.
Falo na União Soviética, porque era na sociedade soviética que se materializa o modelo social que os comunistas portugueses em geral, e os de Alpiarça em particular, se materializava, mas ao fim e ao cabo o rei ia nu.
Devo reconhecer nos comunistas portugueses uma forte estrutura mental, porque depois dos sacrificios porque passaram, chegaram à conclusão, de que no fim das contas o que parecia ser o paraíso na terra era, afimal um inferno.
Quereriam os Alpiarcenses passar pelo que passavam os Russos?
Certamente que não, ser comunista não é doença mas não e tamanha virtude assim.

1 Comments:

Blogger Alpiarcense said...

Caro Gandalf, o seu tópico é em termos práticos e digo-o também com toda a sinceridade e abertura e infelizmente, uma estrondosa constatação.
Nunca fui adepto de qualquer tipo de ditadura, sejam elas de esquerda, de direita, do proletariado, do clero, dos capitalistas, ou seja de quem fôr.
Estou consciente que quando li Karl Marx e Friederich Engels, como aliás muitos jovens do meu tempo, fiquei convencido que a concretizarem-se aquelas teorias seria o melhor regime para qualquer povo. Mas quando na pratica e localmente comecei a assistir aos abusos do poder mesmo em pequena escala por quem acaba por estar a dirigir as empresas "colectivas", vi que o meu caminho não era por aí.
O tal comunista sem medos, até me pode dizer que tenho pessoas na minha família que são comunistas,podem ter sido os meus avós, podem ser os meus pais, podem ser até os meus filhos, mas qual é o problema? não os odeio por isso, não os trato mal, respeito as suas ideias como eles devem respeitar as minhas, devia odiá-los e espezinhá-los por não pensarem como eu?
Não é o PCP um partido democrata, legal, que se submete a eleições e cujos orgãos são eleitos de forma democrática? Não é um partido com assento na Assembleia da República? Quer queiramos quer não não é um partido que embora com exageros e exigências por vezes impossíveis, mais tem defendido os mais desvaforecidos e que mais tem estado ao lado dos pequenos agricultores, dos pequenos empresários e comerciantes e dos trabalhadores em geral?
Se o PCP como outros Partidos Comunistas da Europa já o fizeram, for capaz de reconhecer os erros do passado e condenar os regimes soviéticos ou pró-soviéticos, de Cuba, da China e do Vietname, assim como condenam outro tipo de ditaduras e regimes de capitalismo desenfreado, talvez nessa alturas as votações nesse Partido subam em flecha.
Porque quer queiramos quer não, há sempre aquele medo subsequente e subsconsciente que se o PCP chegasse ao Poder portugal seguiria os caminhos de Cuba e isso as pessoas não querem.
Oh como adoro poder votar em quem quero, falar abertamente, dizer e escrever o que acho que está mal e o que está bem, ir de férias para espanha ou outro qualquer país sem estar a pedir autorizações de saída do país.
Felizmente e sinceramente lhe digo caro Gandalf, que me prezo de ter grandes amigos que são mesmo militantes do PCP e sempre falei abertamente com eles sobre isto e sempre disse o que penso sobre os regimes de Partido Único e nunca me senti desprezado ou odiado por eles e estou consciente que na sua quase totalidade eles também prezam a democracia, as eleições livres, a liberdade de expressão e de pensamento.
Pior mas muito pior que os comunistas, são aqueles que se dizem socialistas, mas que na prática têm comportamentos fascizantes, ditatoriais e neo-nazistas que subrepticiamente acabam por impôr a sua vontade tapando-se com a capa de grandes democratas e defensores das liberdades e do livre acesso ao emprego, mas que acabam por dar emprego e protecção apenas a quem lhes faz as vontades, a quem espia os colegas e lhes vai contar o que se passa.
Gostava de terminar este comentário de outro modo, mas vou jantar e quero ir à XVIII Feira do Vinho, afinal eu também sou daqueles que não me arrependo de ter trabalho de borla, e ter ajudado os comunistas para que Alpiarça possa ter as suas feiras.

1:04 da tarde  

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