Ritual
Cumpriu-se ontem mais um ritual, lamentavelmente não posso dizer comemorações.
O golpe de estado que devolveu ao povo português a esperança de uma vida em democracia celebrava o seu 33º aniversário e de novo os responsáveis políticos se reuniram para aquilo que já é o ritual das assembleias municipais quer para adultos quer para crianças, estas devidamente orquestradas não vá o Diabo tece-las e elas fazerem uso da sua espontaneidade e frontalidade que lhe são peculiares, o mesmo hastear da bandeira, a mesma interpretação da Banda Filarmónica e os mesmos discursos ocos e sem sentido pronunciados pelos mesmos que são olhados como parasitas e oportunistas da sociedade.
Passados que são 33 anos desta data histórica, um longo período de tempo na vida dos homens, pouco ou nada se concretizou das expectativas então geradas, podendo-se dizer que a sociedade portuguesa se encontra, num ritmo bastante acelerado, em perigo de perder o pouco que conquistou.
Dizia-se pouco tempo após o 25 de Abril de 1974 nas célebres canções chamadas de intervenção: paz, pão, habitação, saúde, educação.
Mas que assistimos nós portugueses hoje 33 anos após 1974?
No que toca a paz ela nunca esteve tão distante da sociedade portuguesa podendo-se dizer, com alguma razão e sem ponta de exagero, que vivemos numa guerra civil não declarada bastando para constatar este facto a leitura de alguns diários e visionar de alguns canais de televisão, nomeadamente os de notícias.
O pão cada difícil de alcançar pelo cada vez maior numero de desempregados vítimas das mais diversas vigarices, desde falências fraudulentas, deslocalizações selvagens para os países ditos de economias emergentes e onde os mais elementares direitos dos trabalhadores são esquecidos, onde se faz tábua rasa das regras da sã concorrência comercial sendo incentivada pelos governos a pratica do dumping e com os empresários a terem uma visão da economia igual à do século XIX, reclamando dos governos de origem políticas liberais com o pretexto de que o mercado deve funcionar livremente sem interferências do estado, estando os trabalhadores sem qualquer protecção pois tais protecções emperram o mercado e podem diminuir os lucros.
A habitação tão longe dos horizontes dos portugueses com as casas cada vez mais caras e os ordenados cada vez mais baixos.
A saúde embora a Constituição preconize um Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito, o que se assiste é ao aparecimento de um Serviço Nacional de Saúde tendencialmente pago e de tal modo oneroso que há já quem prefira não ser tratado porque depois não pode pagar os tratamentos.
È o encerramento de urgências e maternidades que tornam cada vez piores as perspectivas de um bom atendimento nos cuidados básicos de saúde.
A educação, pedra basilar para o desenvolvimento de uma sociedade, está como se costuma dizer pela ordem da morte sendo cada vez mais um privilégio de ricos que, quando os filhos não obteem a média necessária para entrarem nos cursos que desejam os podem enviar para o estrangeiro, enquanto os filhos dos menos bafejados pela fortuna se debatem por uma vaga nas universidades publicas portuguesas tendo sempre como perspectiva profissional, caso não consigam entrar, a caixa de um qualquer supermercado ou a ociosidade de do desemprego jovem.
E assim vai Portugal que já considera como grande português o ditador António de Oliveira Salazar e onde já muitos consideram que seria melhor abandonar o euro e voltar ao velhinho escudo.
Por tudo isto não havia razões para comemorar mas para celebrar um ritual que poderá ser o do enterro próximo da liberdade.
O golpe de estado que devolveu ao povo português a esperança de uma vida em democracia celebrava o seu 33º aniversário e de novo os responsáveis políticos se reuniram para aquilo que já é o ritual das assembleias municipais quer para adultos quer para crianças, estas devidamente orquestradas não vá o Diabo tece-las e elas fazerem uso da sua espontaneidade e frontalidade que lhe são peculiares, o mesmo hastear da bandeira, a mesma interpretação da Banda Filarmónica e os mesmos discursos ocos e sem sentido pronunciados pelos mesmos que são olhados como parasitas e oportunistas da sociedade.
Passados que são 33 anos desta data histórica, um longo período de tempo na vida dos homens, pouco ou nada se concretizou das expectativas então geradas, podendo-se dizer que a sociedade portuguesa se encontra, num ritmo bastante acelerado, em perigo de perder o pouco que conquistou.
Dizia-se pouco tempo após o 25 de Abril de 1974 nas célebres canções chamadas de intervenção: paz, pão, habitação, saúde, educação.
Mas que assistimos nós portugueses hoje 33 anos após 1974?
No que toca a paz ela nunca esteve tão distante da sociedade portuguesa podendo-se dizer, com alguma razão e sem ponta de exagero, que vivemos numa guerra civil não declarada bastando para constatar este facto a leitura de alguns diários e visionar de alguns canais de televisão, nomeadamente os de notícias.
O pão cada difícil de alcançar pelo cada vez maior numero de desempregados vítimas das mais diversas vigarices, desde falências fraudulentas, deslocalizações selvagens para os países ditos de economias emergentes e onde os mais elementares direitos dos trabalhadores são esquecidos, onde se faz tábua rasa das regras da sã concorrência comercial sendo incentivada pelos governos a pratica do dumping e com os empresários a terem uma visão da economia igual à do século XIX, reclamando dos governos de origem políticas liberais com o pretexto de que o mercado deve funcionar livremente sem interferências do estado, estando os trabalhadores sem qualquer protecção pois tais protecções emperram o mercado e podem diminuir os lucros.
A habitação tão longe dos horizontes dos portugueses com as casas cada vez mais caras e os ordenados cada vez mais baixos.
A saúde embora a Constituição preconize um Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito, o que se assiste é ao aparecimento de um Serviço Nacional de Saúde tendencialmente pago e de tal modo oneroso que há já quem prefira não ser tratado porque depois não pode pagar os tratamentos.
È o encerramento de urgências e maternidades que tornam cada vez piores as perspectivas de um bom atendimento nos cuidados básicos de saúde.
A educação, pedra basilar para o desenvolvimento de uma sociedade, está como se costuma dizer pela ordem da morte sendo cada vez mais um privilégio de ricos que, quando os filhos não obteem a média necessária para entrarem nos cursos que desejam os podem enviar para o estrangeiro, enquanto os filhos dos menos bafejados pela fortuna se debatem por uma vaga nas universidades publicas portuguesas tendo sempre como perspectiva profissional, caso não consigam entrar, a caixa de um qualquer supermercado ou a ociosidade de do desemprego jovem.
E assim vai Portugal que já considera como grande português o ditador António de Oliveira Salazar e onde já muitos consideram que seria melhor abandonar o euro e voltar ao velhinho escudo.
Por tudo isto não havia razões para comemorar mas para celebrar um ritual que poderá ser o do enterro próximo da liberdade.