segunda-feira, dezembro 21, 2009

Heranças

O país caminha para a ingovernabilidade, todos o sabemos, embora muitos assobiem para o lado como se nada fosse!

O Presidente da Republica não intervém devido a separação de poderes preconizada na Constituição , o Governo não governa porque o quer fazer como se tivesse maioria absoluta de suporte no Parlamento, embora não a tendo, no Parlamento as oposições, embora tendo saído derrotadas, porque doutra forma formariam elas governo, aprovam as politicas plasmadas nos seus programas eleitorais para que o Governo, de maioria relativa, as cumpra.

Os cidadãos, cada vez mais afastados dos seus representantes, vão assistindo a escândalos e mais escândalos protagonizados pelos que deveriam ser a reserva moral do país.

A justiça cada vez mais injusta, porque é lenta e forte para os fracos e fraca para os fortes, a saúde cada vez mais doente, a educação cada vez mais analfabeta, o desemprego galopante que nos coloca numa perspectiva de graves conflitos de ordem social, de um estado, cada vez gastador com o clientelismo politico, mais endividado e que corre o risco de impossibilidade de contrair novos empréstimos nos mercados financeiros internacionais.

A todo este rol de desgraças respondem os partidos que partilharam o poder em Portugal, PS e PSD, com o argumento das heranças recebidas de anteriores governos, comparando as más politicas por si praticadas com as praticadas pelos adversários como se um erro, ou erros, se emendassem com outros erros e tudo ficasse legitimado por esse facto.

Já aqui escrevi que Sócrates embora a solicita-se não queria a maioria absoluta, porque se os portugueses lha tivessem dado ele não poderia atribuir a culpa do estado do país a outro partido que não o seu, nem a outro 1º Ministro que não a si próprio porque a Socrates sucedeu Socrates.

Assim só lhe resta chantagear as oposições, acusando-as de irresponsabilidade, e quando a ocasião for propicia e as sondagens favoráveis provocar eleições antecipadas.

Se a nível nacional as coisas estão neste pé, a nível local as coisas não estão melhores depois de uma campanha eleitoral estratégicamente correcta a CDU ganha as eleições com maioria na Câmara e na Assembleia Municipal recorrendo depois a um acordo pós eleitoral na Assembleia de Freguesia garantindo, deste modo, uma igual maioria.

Durante a campanha eleitoral, depois da leitura dos programas eleitorais e, dada a situação caótica das finanças da autarquia, questionei e fui apelidado, por isso mesmo, de anti-comunista primário, onde iriam as três forças politicas concorrentes, em caso de vitória eleitoral, buscar o dinheiro para concretizarem as suas promessas eleitorais, pois muito bem esta preocupação parece estar muito patente no actual Executivo Municipal.

Hoje, pelas 21 horas no Auditório Municipal, vai dar-se conta do “estado da nação Alpiarcense”, só espero que não se fique pelo relatar do montante da dívida, da identificação dos credores e dos acordos com estes assinados para pagamento mas que se apresentem soluções para a resolução dos diversos problemas que o Município tem para resolver.

Espero também que não se assista ao habitual sacudir de capote entre CDU e PS porque, em termos responsabilidades pela governação, nenhum pode acusar o outro até porque se veem sucedendo como se de um rotativismo partidário se trata-se!

Espero, por ultimo, que não se fale de heranças recebidas porque neste aspecto ambos os partidos distribuiram as benesses das heranças em prol da sua clientela politica e os encargos para a população.