segunda-feira, setembro 28, 2009

E Agora?

No dia 27 de Setembro de 2009 o povo português falou, como disse José Sócrates, nas urnas e disse o que ele queria “ouvir” dando-lhe a maioria que, efectivamente, ele queria!
Pode, à primeira vista, parecer contraditório até pelo discurso oficial do Partido Socialista que solicitava aos portugueses uma maioria absoluta, em nome da governabilidade do país, mas a verdade é que nem Sócrates nem o PS conseguem já inverter a rápida caminhada que o país leva para a ingovernabilidade politica e para a inviabilidade económica!
Com uma conjuntura deste tipo, uma maioria relativa no parlamento, Sócrates, que será chamado a formar governo por força do preceituado na Constituição da Republica Portuguesa, irá “conversar” com os outros partidos para encontrar uma formula estável de governabilidade quer com acordos de incidência parlamentar ou com uma eventual coligação com o CDS/PP, já que com o PSD, dada a tormenta interna que se avizinha no seu interior, nada parece ser duradouro e seguro.
Depois de formado o governo a primeira prova de fogo será a elaboração e aprovação do orçamento de estado e grandes opções do plano para 2010 e será então que o 1º Ministro encostará a oposição à parede não aceitando qualquer proposta de alteração aos referidos documentos com o argumento de os desvirtuam na sua essência.
Então das duas uma ou a oposição se submete ou é acusada de, a troco de uma qualquer intransigência ideológica, comprometer a sustentabilidade do governo e o progresso do país e neste capítulo Sócrates é mestre.
Da análise ao resultado das eleições verifico que apenas um partido, ou melhor uma líder, parece ter sido derrotada Manuela Ferreira Leite e o PSD que colocaram a fasquia na vitória do sufrágio e a sua nomeação para 1º Ministro e consequente formação de governo.
Todos os outros partidos apontavam como vitória a retirada da maioria absoluta ao PS e conseguiram-no!
Elegeram mais deputados é verdade mas não retiraram Sócrates do poder nem o tornaram menos arrogante, pelo contrário o governo continua PS, Sócrates 1º ministro e se algo correr mal a oposição terá disso o ónus.
No limite iremos para eleições antecipadas, tirando disso o PS proveitos eleitorais, acusando a oposição de numa situação de grave crise ter deitado abaixo um governo com uma estratégia credível para dela fazer sair o país!
Com Sócrates no governo teremos o TGV quando ainda não potenciámos na sua totalidade o Alfa Pendular, continuaremos com as SCUT, teremos um novo aeroporto, construiremos novas autoestradas e alegremente continuaremos a endividar-mo-nos até que nos deixem!
Para já nada de importante se passará até porque estamos de novo em campanha eleitoral!