Bons Pregadores

Ultrapassámos já a primeira quinzena de Agosto e os dirigentes dos partidos entretanto já regressados das retemperadoras e merecidas férias, pelo seu zeloso e fatigante trabalho realizado no parlamento e fora dele, preparam ou já comemoraram a rentrée com as festas de praxe.
O PSD no Pontal, onde os candidatos à corrida à presidência, Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, se ignoraram mutuamente fazendo discursos de circunstancia e antes no Chão da Lagoa onde, o déspota mascarado de democrata, Alberto João Jardim assistiu mais uma vez ao resplendor da sua glória, deu inicio ás hostilidades contra o governo de Sócrates.
O PCP está a preparar a sua rentrée na festa do Avante na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal para onde irão milhares de comunistas e não só, os primeiros atraídos pelo conteúdo do discurso politico/doutrinário do Secretário Geral Jerónimo de Sousa e os segundos pelos espectáculos de musica, exposições e colóquios que a festa oferece em grande numero, diversidade e qualidade.
Espera-se, igualmente, que no discuso a proferir pelo Secretário Geral se iniciem as hostilidades em relação ao governo socialista, não falará de Zita Seabra e do seu ultimo livro.
O PS fará a sua rentrée politica possivelmente em Alpiarça, durante a Alpiagra 2007, onde serão anunciadas mudanças na estrutura do partido a nível local implicando uma mudança de relevo na estrutura do Executivo Municipal com a saída de Rosa do Céu do cargo de presidente para um cargo na edilidade da capital e o assumir da presidência por parte de Vanda Nunes actual vice-presidente.
Todos estes partidos durante o ano passado e mesmo parte deste ano levantaram bem alto as bandeiras do desemprego, lembrando sempre que muitos desempregados nem ao subsidio de desemprego têm direito, das baixas pensões de reforma da maioria dos portugueses, da má qualidade dos serviços de saúde, etc, etc.
Mas ao que assistimos na prática?
Ás festas partidárias apenas podem assistir os que, sendo ou não militantes, têm dinheiro para pagar os respectivos ingressos, para pagar as deslocações em excursões organizadas pelas estruturas locais dos partidos.
Era interessante saber-se quantos ingressos para as festas do PSD e do PCP foram oferecidas gratuitamente a organizações de reformados e desempregados, uma vez que estes apesar de não terem recursos também gostam de divertir-se e assim poderíamos ver, na prática, como tratam a questão social que tanto apregoam.
Era interessante saber-se qual a percentagem dos lucros que obtêm nestas que destinam à ajuda aos carenciados que atrás mencionei, se calhar nada porque estão a guardar os lucros para pagar as multas com que foram penalizados pelo Tribunal Constitucional por terem excedido o que legalmente podiam gastar em campanha eleitoral.
Se calhar seria bom lembrar, aos dirigentes políticos deste país, que os desempregados e idosos portugueses precisam de muita coisa de primeira necessidade para a qual não têm dinheiro.
E que dizer agora dos assessores para os deputados na Assembleia da Republica um verdadeiro escândalo com os partidos de esquerda a usarem e abusarem destes usurpadores dos dinheiros públicos, senão vejamos:
Partido
Deputados/Assessores
PS
121 76
PSD
75 53
PCP
12 24
CDS
12 22
BE
8 12
Verdes
2 12
Palavras para quê? São deputados portugueses que seguem a letra o ditado: bem prega frei Tomás...

Jantares à Sexta

Por mais que alguns se sintam chocados a verdade è que as colectividades em Alpiarça são cada vez mais, e ao contrário do que deveria ser dado objectivo que presidiu à sua criação, um terreno de luta politica e onde a campanha eleitoral se faz diária e duramente.
Foi noutras alturas o caso da Sociedade Filarmónica Alpiarcense 1º de Dezembro e agora do Clube Desportivo “Os águias”.
Depois da derrota, por falta de comparência, da lista afecta ao Partido Socialista encabeçada, segundo se comentou na altura, por Valdemar Cinturão e a consequente vitória da lista apoiada pelo Partido Comunista Português, liderada por Armindo Pinhão, antigo Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça, assistiu-se logo, no final da noite eleitoral, ao contra ataque do império com a interdição do parque de estacionamento dos Águias, para uns, ou largo dos Águias, para outros, ao veículos automóveis.
Pretendia-se com esta medida, não restam quaisquer duvidas, a asfixia económica do clube acabando com as suas fontes de receita o bar e as totolotarias e isto porque as pessoas no seu comodismo só não levam o carro para dentro dos locais que frequentam porque não podem.
Mas o que os socialistas alpiarcenses não contavam era com o engenho e a arte dos seus conterrâneos comunistas e eis que, depois de acabarem com os almoços no bar a partir de 1 de Agosto de 2008, os novos dirigentes inauguram os jantares de sexta feira realizados ao ar livre e onde uma multidão de voluntários, nunca vistos pelas redondezas, servem agora alegremente ás mesas dentro do espirito da boa tradição da Festa do Avante.
É um regalo para a vista ver os camaradas, que antes não frequentavam o clube, em alegre confraternização, não è que eu esteja contra, antes pelo contrário, mas gostaria muito mais que a motivação que os leva lá fosse outra nomeadamente o desenvolvimento da cultura e do desporto e não a demonstração da capacidade de mobilização de um qualquer partido politico.
Já Napoleão dizia que os exércitos marcham com o estomago e Hitler também soube aproveitar o encher de estômagos para conseguir a vitória eleitoral em 1933, parece que em Alpiarça o futuro económico do Clube Desportivo “Os Águias” passará pela capacidade que se tiver de encher os estômagos aos comunistas.
Amália Rodrigues, a nossa maior fadista, cantava que estranha forma de vida pois nós por cá vivemos um estranha forma de fazer politica com alianças impensáveis, à bem pouco tempo, entre o PCP e o PSD, com o deputado Vasco Cunha, Presidente da Distrital de Santarém do PSD ,em entrevista ao semanário O Mirante, a admitir uma possível coligação em Alpiarça para as próximas eleições autárquicas não disse com quem seria a coligação mas para bom entendedor meia palavra basta.
Lamentavelmente para todos nós, os projectos de natureza politico/pessoais estão acima de quaisquer outros em prol da comunidade e isto será um dos cancros que matará a nossa democracia.

Mudam-se os tempos

Luís Vaz de Camões, o nosso maior poeta, escreveu “mudam-se os tempos mudam-se as vontades, todo o mundo è composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Alpiarça não è excepção e mudaram-se os tempos e, por consequência, as vontades e o tempo das lutas por grandes causas já passou há muito tempo.
Lutar hoje em dia pela liberdade de expressão de pensamento em Alpiarça è coisa de lunáticos do passado atendendo a que não se pode por em causa o nosso emprego que nos permite viagens ao estrangeiro e outras mordomias e quando se consegue facilmente uma promoção com um pouco “elasticidade”.
Demonstrar solidariedade por alguém em apuros em Alpiarça è coisa que já não se usa pois quem está nessa situação è porque não è suficientemente esperto para o evitar e cada um sabe de si e Deus de todos.
Sair para a rua em Alpiarça para reivindicar direitos legítimos em democracia que heresia, pois isso è ir contra a opinião e a vontade dos poderosos que hoje em dia ocupam o poder, sábio è esperar que eles caiam do cavalo e depois ir apoiar os novos senhores do poder tentando ganhar uma posição de destaque.
O povo de Alpiarça não è cobarde, perdoem-me os que pensam o contrário, está è acomodado com os luxos que consegui obter e agora já se esqueceu dos que pouco ou nada têm.
O povo de Alpiarça depressa compreendeu que se antes do 25 de Abril de 1974 tinha lutado contra os senhores do poder agora tinha outra luta pela frente, contra os novos senhores do mesmo poder, só que estes dizendo-se democratas ainda eram muito mais perigosos do que os anteriores.
Agora já não existe a PIDE para prender e bater mas há o emprego, de que as famílias dependem para sobreviver, para tirar ou para não dar.
Agora o forte de Peniche está desactivado mas ,ai de quem ouse desafiar a cartilha oficial pois, o forte do ostracismo está sempre aberto para novos ocupantes e contra essa nova prisão poucos conseguem m resistir.
Agora existem mais garantias de qualidade de vida para a 3º idade mas quem, em Alpiarça, não for considerado amigo das pessoas certas dificilmente verá o seu familiar entrar para a Instituição José Relvas, criada por vontade por este estadista e para albergar os naturais de Alpiarça, a não ser que disponha de argumentos financeiros suficientemente fortes para convencer quem lá manda.
Muito mais haveria para escrever mas posso afirmar que o povo de Alpiarça não è composto por cobardes e capados, è um leão adormecido que se cuidem os prepotentes quando este leão acordar.