O fosso da pobreza
in Correio da Manhã de 13-02-2008
O retrato de Portugal nas estatísticas de riqueza produzida na União Europeia é cada vez mais pálido. O bom aluno dos primeiros anos da adesão deu lugar a um país que se habituou à anemia económica e a descer nas tabelas do nível de vida.
O passo de caracol da economia a que o país se resignou desde o início do novo milénio levou a que a Grécia, o até então país mais pobre da Europa a 15 , ficasse mais rico. Agora Portugal já não é apenas o último da Europa a 15. Já são 4 países do alargamento (República Checa, Eslovénia, Chipre e Malta) que têm um nível de riqueza superior.
Além da estagnação económica, Portugal sofre de uma grande desigualdade na distribuição do PIB (produto interno bruto) a nível regional. As assimetrias são tão elevadas que Lisboa até é uma região rica à escala Europeia, o Norte, o Centro, o Alentejo e os Açores encontram-se entre as mais pobres. Ou seja, a esmagadora maioria do território português tem um nível de riqueza inferior a 75% da média Europeia.
Se as cidades do Interior não conseguirem captar investimento e população para gerar riqueza, Portugal ficará eternamente condenado a ser um país pobre . E nem a região de Lisboa escapará, porque parte da riqueza contabilizada na capital não existe se não houver mercado no restante território.
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