terça-feira, janeiro 15, 2008

Olhar e Ver

Existem o olhar e o ver, embora para os dois seja necessário a utilização dos olhos, na sua essência são diferentes.
Esta introdução vem a propósito do clima que se vive em Portugal, onde a tensão é cada vez maior, devido ao cada vez maior desconforto sentido quer na sociedade civil como na instituição militar.
Na sociedade civil o fecho de urgências hospitalares, os aumentos constantes, superiores em muito ao valor esperado para a inflação, dos bens e serviços essenciais, o desemprego galopante, a instituição de um regime fundamentalista, onde o estado já intervem de forma inaceitável na vida pessoal dos cidadãos, as reformas para tornar célere a nossa emperrada justiça tardam em chegar, a insegurança que cada vez maior, com os cidadãos a viverem um clima de maior terror, com assassinatos em Lisboa e Porto o aparecimento de uma criminalidade organizada e colarinho branco, onde a classe politica marca presença destacada, que levada a barra dos tribunais vêm os processos arrastarem-se, através de mecanismos dilatórios, até à prescrição.
Na classe politica o Governo, sustentado por uma maioria absoluta na Assembleia da Republica, desrespeita os cidadãos em função das imposições da União Europeia, falta a compromissos eleitorais, no referendo sobre o Tratado de Lisboa, 150 mil postos de trabalho, toma medidas arbitrárias como a fiscalização de sindicatos em vésperas de manifestação contra o 1º Ministro, a tomada de posição do Dr. Mário Soares, fundador do Partido Socialista e defensor assérimo das liberdades individuais, qual Rei de Espanha, ao mandar calar Mouta Liz, durante uma conferencia que decorreu na fundação que tem o seu nome, quando este acusou o 1º Ministro de propaganda ameaçando-o de expulsão da sala.
Quando o maior partido da oposição no lugar de cumprir o seu papel, fiscalizar o cumprimento do programa de governo na Assembleia da Republica, já se debate com nova crise interna que pode levar á demissão do líder, Luís Filipe Menezes, eleito à pouco tempo e a convocação de novas eleições internas.
Na instituição militar o descontentamento é generalizado com passeios, de que resultaram processos disciplinares e detenções, manifestações de policias, jantares de oficiais tudo para mostrar ao governo que os cortes orçamentais cegos impostos por Bruxelas podem levar a situações de grande conflitualidade interna.
Se a nível nacional a situação está neste pé que dizer de Alpiarça em particular?
O Executivo Municipal parece cego, surdo e mudo à realidade que o rodeia com os alpiarcenses sem médico de família, a consumirem agua cara e contaminada com arsénico, os Bombeiros sem o pessoal necessário para acudirem às mais diversas valências recorrendo-se, por isso, ás corporações vizinhas, as estradas esburacadas pelo projecto Lezíria em Rede que tardam em ser reparadas, com a realização de eventos “faraónicos” sem quaisquer resultados práticos para a melhoria das condições de vida dos alpiarcenses, fogo de artificio na Barragem dos Patudos, a vinda à Alpiagra de artistas com cachés elevados com especial destaque para Tony Carreira, depauperando os parcos recursos dos cofres autárquicos!
E que que dizer da acuação dos partidos políticos mais representativos do nosso concelho e com representação na Assembleia Municipal?
O Partido Social Democrata, Concelhia de Alpiarça, é o reflexo do do partido a nível nacional, dividido sem rumo nem liderança credível marca presença com 2 eleitos, Carlos Coutrim e João de Brito, apoiantes de fações diferentes e que se limitam a marcar presença com as suas constantes abstenções!
O Partido Comunista Português, outrora poder e agora oposição, quando confrontado com criticas à sua anterior gestão autárquica responde, invariavelmente, com o apelidar dos críticos de fascistas, anti comunistas primários, como se não ser comunista fosse crime em Portugal, e com as tradicionais comparações entre o passado e o presente da governação do concelho.
O Partido Socialista, actual poder, quando questionado nas suas decisões responde, invariavelmente, com a longa sesta comunista, com a ditadura imposta anteriormente pelo Partido Comunista Português na sociedade alpiarcense, nas comparações com os países de leste, com aquilo que deveriam ter feito e não fizeram.
Por ultimo, e para contrariar o lema da “Vila Tranquila com Vida de Qualidade”, não bastando já a falta de qualidade agora juntou-se a falta da tranquilidade com tiros disparados contra o Posto da GNR e isto como um culminar de frequentes roubos e um florescente trafego e consumo de droga!
Por tudo isto se pode constatar de que a democracia em Alpiarça é ainda uma miragem e que a nível nacional, como repetidamente tenho escrito, está seriamente ameaçada e os que a podem proteger e defender assobiam para o lado, olham mas não veem!