sexta-feira, dezembro 07, 2007

Obviamente Demito-me

"Obviamente demito-o” esta frase proferida pelo general Humberto Delgado, também conhecido por general sem medo, durante a campanha eleitoral para a presidencia da repulica em 1958 quando questionado qual seria o destino que reservava para Oliveira Salazar, Presidendente do Concelho de Ministros na altura, em caso de vitória.
A frase ficou para a história dos anais politicos portugueses como sinónimo de integridade, coragem e coerencia de um personagem que marcou a vida politica portuguesa nos finais da década de 50.
Humberto Delgado morreu assassinado ás mãos da PIDE, policia politica da ditadura, perto de Badajoz, com ele morreu Ajarir de Campos, cidadã brasileira e sua secretária, e a esperança do imicio de uma democracia há muito esperada.
O “general sem medo” foi vitima de maquinações perpretadas também por quem o, em ultima análise, devia apoiar a oposição interna e externa.
“Obviamente demito-me” era o que o os portugueses esperavam ouvir de Luís Filipe Menezes, Presidente do PSD, quando se constatou que não tem o mínimo controle sobre o partido.
Quando viabilizou, com a abstenção dos seus eleitos na Assembleia Municipal de Lisboa, um empréstimo de 400 milhões de euros para a Câmara pagar as dividas o PSD enquanto partido informou o lider recém eleito de que este não tinha condições politicas e de credibilidade tanto interna como externa para continuar no cargo para que tinha sido eleito.
Depois da proposta daquele montante por parte do Presidente da Junta de Freguesia de Benfica, eleito nas listas do PSD e com um cargo na Gebalis, como solução para um impasse que parecia levar a nova situação de eleições é lícito colocar as seguintes questões:
1ª Como poderá o PSD criticar o endividamento da Câmara quando a conquistar se ele próprio contribuiu, com a sua abstenção, para esse estado de coisas?
2ª Como justifica o PSD a sua abstenção na contração de um empréstimo por si próprio proposto?
3ª Como justifica o PSD a sua proposta, de 400 milhões de euros, quando sabia, de acordo com as declarações de Angelo Correia na rubrica Frente a Frente da SIC Noticias, que o limite máximo de endividamento legal da Câmara Municipal de Lisboa andaria por volta de 250 milhões de euros e na primeira versão o PSD apenas viabilizaria um empréstimo de 140 milhões de euros, aceitaria cortes na despesa e alienação de património?
4ª Como pode o Dr. Menezes afirmar que quer ser alternativa de poder ao Eng. Sócrates com actitudes destas?
5ª Será que o PSD ao permitir a aprovação da contração de um empréstimo, que na sua opinião está ferido de ilegalidade, está a lançar “barro à parede” para que no caso de “ a coisa pegar” servir para que autarcas como Filipe Menezes em Gaia e Ribau Esteves em Ilhavo se possam agarrar a esse precedente e endividarem-se mais e mais resultado de gestões viradas para compadrios adquiridos em épocas eleitorais?
Por ultimo serve para reconhecer aqui no blogue, como me havia comprometido, o erro na análise que fiz e em que previa a queda da Câmara de Lisboa fruto da recusa por parte da AM da cidade em aceitar um empréstimo daquele montante, mas o que se pode dizer em relação a esta falencia de valores apenas isto: são politicos senhor politicos oportunistas e hipócritas!