quarta-feira, agosto 13, 2008

Será Ficção?

Gandalf, deveria dedicar-se à ficção a sério.
Com a sua visão catastrófica da nossa realidade, o melhor para todos nós é mesmo pormos termo à vida.
O nosso "Nostradamus" de Alpiarça não estará a exagerar nas suas previsões?
Por vezes ficamos com a sensação de estarmos a ler Raul Brandão numa daquelas cenas de " O Doido e a Morte".
Calma Madala, as coisas são como são e, nem sempre são como nós julgamos.”

É com esta citação de o Virtual ao meu post intitulado “Coveiros” que inicio mais uma colaboração no Rotundas.

Faço-o tendo em atenção o que se passou no nosso país em pelo menos duas situações que ilustram bem o que escrevi no mesmo post que José Socrates “...colocou os cidadãos na miséria levando á pratica de assaltos cada vez com mais violência associada e de que resultam cada vez mais vitimas mortais.”

Pois bem meu caro Virtual os factos ocorridos nestes últimos dias não lhe deram razão, como eu gostaria, mas foram o concretizar daquilo que venho escrevendo repetidas vezes.

Um assalto a uma dependencia bancária em Lisboa, com reféns, do qual resultou um morto e um ferido grave entre os sequestradores e traumas psicológicos, difíceis de ultrapassar, entre os reféns.

Este assalto levanta problemas para os quais os governantes portugueses nunca se preocuparam em resolver:

1º A extrema facilidade com que se compram armas de fogo no mercado negro.

2º A falta de vontade politica em resolver de uma vez por todas a raíz da existência de um mercado negro de venda de armas, aligeirando a burocracia e alargando a malha dos critérios de atribuição de licença de uso e porte de arma para defesa pessoal.

3º Um maior controle efectivo de imigrantes ilegais não permitindo que estes uma vez referenciados pelo SEF, numa localidade, e convidados a sair do nosso país não possam simplesmente mudar-se para outra e assim continuarem indefinidamente.

4º A atribuição expedita de vistos, aos imigrantes que a ele tenham direito, não os obrigando a longas e desesperantes esperas em longas filas á porta das instalações do SEF.

5º O ressurgimento de atitudes xenófobas quer por parte dos nacionais, sentindo-se ameaçados pelas diversas comunidades estrangeiras, como por parte dos estrangeiros que julgando-se com direito á permanência em territorio nacional porque nele trabalham, teem a sua vida e pagam os seus impostos.

Um assalto a uma vacaria na zona de Loures termina com a morte de de uma criança de 13 anos porque o adulto, que conduzia a viatura onde seguia, se recusou a obedecer á ordem de paragem dada pela GNR e optou pela tentativa de atropelamento de um agente desta força militarizada.

Os assaltos frequentes a casais de namorados, na zona da Golegã, Entroncamento e Torres Novas, levou á denuncia por parte de um deles da existência de uma viatura cujos ocupantes teriam atitudes consideradas suspeitas.

Deslocando-se ao local ao agentes da PSP foram surpreendidos, desarmados e agredidos ficando inclusivamente sem as armas de serviço.

Na sequência destes acontecimentos as autoridades deram inicio a uma verdadeira “caça ao homem” tendo localizado os assaltantes, perseguindo-os e cercando-os.

Desta operação resultou a captura dos presumiveis assaltantes e o ferimento, com gravidade, de uma agente dos GOE.

Estes são alguns dos exemplos mediáticos e recentes, mas quotidianamente basta lermos os jornais e observarmos a nossa realidade alpiarcense com assaltos e destruição associada.

Depois do que atrás escrevi será que, meu caro Virtual, será que “o nosso "Nostradamus" de Alpiarça não estará a exagerar nas suas previsões “ e que de facto o “ Gandalf, deveria dedicar-se à ficção a sério”?

sexta-feira, agosto 08, 2008

Pão e Circo

1º de Novembro de 1755 um tremor de terra de grande envergadura assolava Lisboa logo seguido de um tsunami que completou o cenário de destruição generalizado.

Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, Conde Oeiras e Primeiro Ministro do Rei D. José I, confrontado com a situação de desespero dos habitantes da capital e face á indecisão dos seus colaboradores, que o inquiriam como proceder, exclama proferindo a frase que ficou na história: cuidam-se dos vivos, enterram-se os mortos e fecham-se os portos.

Com esta simples frase o Marquês definiu prioridades para resolver a situação, os governantes, quer concordemos com eles ou não, teem que saber estabelecer prioridades para as situações que enfrentam no dia a dia da governação.

É certo que na actualidade a realidade é diferente da do século 18 vivemos em democracia, num sistema pluripartidário onde a actuação do governo é fiscalizada, ou pelo menos deveria ser, por uma oposição actuante.

Transpondo para a realidade actual em Alpiarça que vemos?

A maioria Socialista que governa o Municipio sem qualquer oposição credível, tanto pela sua actuação enquanto poder antes e enquanto oposição actualmente, não consegue perceber as prioridades de uma população cada vez mais apática e desinteressada da vida publica.

Decididamente tanto o Partido Socialista nacional como o Partido Socialista de Alpiarça e o Movimento Civico” Alpiarça é a Razão” não perceberam que o tempo de pão e circo da Roma de Nero já passou há muito.

A oposição local, personificada pelo Partido Comunista Português e pelo Partido Social Democrata, vive obsecada pela conquista de um poder que já possuiu, o primeiro, e pelas constantes lutas internas pela liderança, o segundo, de tal maneira que, não conseguindo fazer uma análise fria e objectiva da situação em que vivemos, se deixa transportar para foguetórios que em nada a dignificam.

Mas quais são verdadeiramente as prioridades dos alpiarcenses para poderem dizer com orgulho de que vivem numa “vila tranquila com vida de qualidade”?

Olhemos para os problemas ambientais e constatamos que a vala, onde muitos de nós tomamos banho na juventude, se tornou num leito de morte para a fauna, num potencial foco de doença potenciando qualquer dia um caso grave de saúde publica.

Olhemos para a situação do tratamento de esgotos na nossa Zona Industrial nada conducente com a realidade de uma Zona Industrial que obedece aos padrões de qualidade modernos exigidos neste item e onde se nota a falta de politica consertada de criação de emprego sustentado nomeadamente com uma ligação efectiva entre as empresas instaladas e as escolas.

Olhemos para as lixeiras a céu aberto que vão proliferando sem qualquer controle no Concelho, para os atentados preterados contra a nossa fauna, através de eventos a ela nociva, e devidamente licenciados pela nossa Câmara!

Olhemos para as ruas esburacadas, para as casas abandonadas em risco de derrocada, para a falta de médicos no Centro de Saúde, para a falta de transportes públicos a determinadas horas do dia ou da noite, para os investimentos realizados na margem da vala de Alpiarça e agora votados ao mais profundo desprezo em termos de conservação, para a zona pedonal na zona das piscinas onde o desleixo é por demais evidente.

Se até agora se falou de qualidade de vida que dizer da tranquilidade quotidiana que é suposto os alpiarcenses gozarem a fazer fé no slogan?

Os assaltos aumentam, o trafico de substâncias proibidas, vulgo droga, também, as forças de segurança, a GNR, que em principio iriam ter novas instalações, mal se veem porque os efectivos são notoriamente insuficientes.

São estas claramente as prioridades quotidianas dos alpiarcenses mas para as quais os politicos que nos governam não teem, nem querem, ter qualquer tipo de sensibilidade.

Para o partido maioritário são questões que lhe passam completamente ao lado porque apenas figuraram na agenda em época eleitoral como compromissos a não cumprir.

Para a oposição estas questões teem que ser analisadas sob duas perspectivas a do Partido Comunista Português e a do Partido Social Democrata.

O Partido Comunista Português, partido com melhor organização em Alpiarça, parece ter-se esquecido do seu passado de luta e do respeito devido ao militantes que perderam a vida na luta clandestina contra o fascismo, mobiliza os seus militantes não para as grandes causas atrás inumeradas mas por causa da posse de um terreno e ocupação de um pavilhão que diz ser do povo de Alpiarça, mas que na realidade é pertença de um partido enquanto entidade particular.

Já me referi a esta mesma problemática onde considerei, e ainda continuo a considerar, que neste caso o Presidente da Câmara, Rosa do Céu tem razão e, que apesar das manobras dilatórias e de litigância de má fé empreendidas pelo Partido Comunista Português através da interposição de uma providência cautelar, aproveitando também da lentidão da justiça em Portugal, que tanto criticam noutras ocasiões, o Partido Comunista Português acabará por ter de sair do espaço.

Mas se de facto o Partido Comunista Português considera realmente o pavilhão como pertença do povo alpiarcense em geral que tal coloca-lo em nome da Câmara Municipal, enquanto legitima representante do povo como aliás fez José Relvas com a sua herança ao legá-la ao povo.

Ou será que para o Partido Comunista Português o povo de Alpiarça é só constituído pelos seus militantes?

O Partido Social Democrata minado internamente, a nível nacional, por lutas incessantes pelo poder vê essa realidade reflectir-se na qualidade de intervenção do seus membros eleitos para os orgãos municipais e na dinamica de organização enquanto estrutura partidária.

A intervenção dos social democratas alpiarcenses na Assembleia Municipal de Alpiarça é notoria pela mediocridade ou pela sua ausência.

João de Brito e farmaceutico Carlos Cotrim, que de social democratas nada teem, actuam de uma forma que os envergonha a eles e a quem os elegeu.Por ultimo Alpiarça e os seus habitantes precisam é de projectos e de quem com seriedade os concretize e não de lutas pessoais com vista á obtenção de cargos, os nomes não importam importam sim os projectos que trazem consigo e a sua capacidade de os concretizar, tendo sempre em conta as prioridades sentidas e manifestadas pela população.