1º de Maio
Em primeiro lugar agradecer ao anonymous que me chama a atenção em relação aos erros ortográficos infelizmente, e apesar dos meus esforços para que tal não aconteça, eles continuarão a existir até porque já no passado um grande vulto da nossa cultura, D. Francisco Manuel de Melo, se referia a eles como gralhas, coisa difícil de combater. Mas voltando ao assunto o 1ºde Maio, pois se de inicio foi a luta pelas 8 horas de trabalho agora e em Portugal parece que essa luta se mantém, não agora que se trabalhe mais do isso, mas porque muitos portugueses trabalham menos, ou para ser mais preciso, não trabalham nada porque estão desempregados. È para esses desempregados que deve voltar a atenção de governos, patrões e sindicatos, porque são eles, em ultima análise, que devem tratar desta problemática em sede de concertação social. O governo que modera o processo, deve ter um espirito positivo e de abertura para a resolução da parte que lhe cabe no processo, criando possibilidades credíveis para a reconversão profissional de muitos destes desempregados, abrindo-lhe novos horizontes no mercado de trabalho. Compete também ao governo legislar em matéria laboral de modo a tornar mais rápidas a resolução dos diferendos entre patrões empregados, quando estes chegam à via judicial. Os patrões que devem ter a capacidade para reconhecer que o seu mais valioso activo se situa nos seus recursos humanos, requalificando os seus quadros numa perspectiva de enquadramento no desenvolvimento cientifico-tecnologico a que as empresas não devem ser alheias, antes pelo contrário parceiras de pleno direito. O mercado de trabalho em Portugal a continuarmos na lógica actual, mais parece a Inglaterra do século 19 onde imperava o capitalismo selvagem, onde a lei do lucro de alguns à custa da miséria de muitos falava mais alto do que a ideia de qualquer justiça social. Basta olharmos para os processos de deslocalização de empresas, da falência fraudulenta de outras para vermos que, de facto, estamos a voltar para trás no tempo. Os sindicatos deviam ter mais em atenção não só o aspecto jurídico e reivindicativo das relações entre patrões e empregados, mas abrirem-se para um papel social de apoio aqueles que, repentinamente se acham desempregados e toda a sua vida laboral descontaram para o seu sindicato, e este agora nada mais faz do que convocar manifestações para as portas das Câmaras Municipais ou Governos Civis. Pois o papel dos sindicatos deveria ir para além disso, deveriam criar um fundo social de apoio para todos aqueles que caindo no desemprego pudessem recorrer, até que o processo de atribuição dos subsídios legalmente previstos estivesse terminado, não deixando ninguém à mingua ou presa fácil de angariadores de mão de obra para actividades ilegais, que quando correm mal enchem um pouco mais as nossas cadeias, mas que fazer essas pessoas não podiam morrer de fome, enquanto a burocracia lhes emperra o processo. Não bastam manifestações onde participam os lideres partidários, em lugar de destaque como convém, para aparecerem no noticiário das 20. Não bastam discursos inflamados de líderes sindicais profissionais que da realidade profissional já pouco conhecem, è preciso agir em defesa dos que tudo perderam em termos profissionais e que agora se arriscam a perder a sua dignidade. |
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