Razões de Estado
As decisões dos políticos, tanto no plano internacional como no de defesa, na actualidade como no passado são tomadas tendo em conta duas ordens de razões: as razões de estado e os estados das razões.
A ordem dois factores não é arbitrária e a sua primazia identifica a maneira de ser e estar dos dirigentes de determinado país tanto no plano interno como externo.
A euro deputada Ana Gomes parece não ter entendido que nas relações internacionais os favores pagam-se, mais tarde ou mais cedo, sempre em nome das atrás citadas razões e da solidariedade entre estados.
Os diversos governos portugueses não podiam ter atitude diferente da que tiveram no caso dos voos clandestinos da CIA e vejamos porquê:
1º Depois da 2ª Guerra Mundial o regime português da altura, quer goste-se dele ou não, estava isolado e em risco de cair e foram os Estados Unidos da América a quebrar esse isolamento possibilitando a entrada do país primeiro para a OTAN e depois para a ONU.
2º Durante a guerra colonial, que Portugal suportou em Africa, o material que equipava as nossas forças armadas era de origem americana e no âmbito da OTAN sendo, por isso, proibida a sua utilização fora do espaço europeu.
Os EUA que deveriam fiscalizar essa utilização fechavam os olhos, por outras palavras, eram cúmplices.
3º Depois do 25 de Abril de 1974 e quando Portugal esteve em situação financeira muito delicada, raiando a banca rota, foram os Estados Unidos através do seu embaixador em Lisboa e mais tarde director da CIA, Frank Carluchi, que salvaram a situação e o Dr. Mário Soares, que lhe chamava de amigo, que o diga.
Pois chegou a altura de Portugal pagar os favores recebidos e está a faze-lo com a conivência em relação aos voos da CIA.
Se os governantes portugueses pudessem dar primazia aos estados das razões a Cimeira das Lajes nunca se teria efectuado, os voos sem controlo nunca teriam ocorrido, a tentativa de branqueamento desses mesmos voos nunca seria tentada e até Freitas do Amaral não teria ser enganado pela Secretária de Estado Norte Americana sobre este assunto.
Portugal deveria ser dos primeiros países a demarcar-se da política de Washington em relação ás prisões arbitrárias e tortura em Guantanamo, e outras prisões secretas espalhadas pela Europa, mesmo que feitas em nome da segurança nacional dos EUA.
Mas o nosso país não pode condenar ninguém em matéria judicial uma vez que, no lugar de se investigar primeiro e prender depois efectuando após um julgamento rápido prende-se primeiro, em prisão preventiva com base em indícios que por vezes não se materializam e que pode ir até 3 anos, e depois julga-se de forma lenta para destruir a vida do arguido.
Ao levantar as questões que levantou Ana Gomes colocou-se a si própria e ao governo do Partido Socialista em geral e ao seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, em particular numa situação delicada porque ela corre o risco de ser votada ao ostracismo, e ao ponto em que as coisas chegaram já não pode voltar para trás, e o Ministro de perder a face e ser considerado no mínimo mentiroso o que num país dito normal levaria á sua substituição imediata.
Mas existe sempre uma solução ao alcance dos governantes portugueses que é atirar com as culpas para cima do antecessor de outro partido, e eles são peritos nesta matéria.
A ordem dois factores não é arbitrária e a sua primazia identifica a maneira de ser e estar dos dirigentes de determinado país tanto no plano interno como externo.
A euro deputada Ana Gomes parece não ter entendido que nas relações internacionais os favores pagam-se, mais tarde ou mais cedo, sempre em nome das atrás citadas razões e da solidariedade entre estados.
Os diversos governos portugueses não podiam ter atitude diferente da que tiveram no caso dos voos clandestinos da CIA e vejamos porquê:
1º Depois da 2ª Guerra Mundial o regime português da altura, quer goste-se dele ou não, estava isolado e em risco de cair e foram os Estados Unidos da América a quebrar esse isolamento possibilitando a entrada do país primeiro para a OTAN e depois para a ONU.
2º Durante a guerra colonial, que Portugal suportou em Africa, o material que equipava as nossas forças armadas era de origem americana e no âmbito da OTAN sendo, por isso, proibida a sua utilização fora do espaço europeu.
Os EUA que deveriam fiscalizar essa utilização fechavam os olhos, por outras palavras, eram cúmplices.
3º Depois do 25 de Abril de 1974 e quando Portugal esteve em situação financeira muito delicada, raiando a banca rota, foram os Estados Unidos através do seu embaixador em Lisboa e mais tarde director da CIA, Frank Carluchi, que salvaram a situação e o Dr. Mário Soares, que lhe chamava de amigo, que o diga.
Pois chegou a altura de Portugal pagar os favores recebidos e está a faze-lo com a conivência em relação aos voos da CIA.
Se os governantes portugueses pudessem dar primazia aos estados das razões a Cimeira das Lajes nunca se teria efectuado, os voos sem controlo nunca teriam ocorrido, a tentativa de branqueamento desses mesmos voos nunca seria tentada e até Freitas do Amaral não teria ser enganado pela Secretária de Estado Norte Americana sobre este assunto.
Portugal deveria ser dos primeiros países a demarcar-se da política de Washington em relação ás prisões arbitrárias e tortura em Guantanamo, e outras prisões secretas espalhadas pela Europa, mesmo que feitas em nome da segurança nacional dos EUA.
Mas o nosso país não pode condenar ninguém em matéria judicial uma vez que, no lugar de se investigar primeiro e prender depois efectuando após um julgamento rápido prende-se primeiro, em prisão preventiva com base em indícios que por vezes não se materializam e que pode ir até 3 anos, e depois julga-se de forma lenta para destruir a vida do arguido.
Ao levantar as questões que levantou Ana Gomes colocou-se a si própria e ao governo do Partido Socialista em geral e ao seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, em particular numa situação delicada porque ela corre o risco de ser votada ao ostracismo, e ao ponto em que as coisas chegaram já não pode voltar para trás, e o Ministro de perder a face e ser considerado no mínimo mentiroso o que num país dito normal levaria á sua substituição imediata.
Mas existe sempre uma solução ao alcance dos governantes portugueses que é atirar com as culpas para cima do antecessor de outro partido, e eles são peritos nesta matéria.