quarta-feira, janeiro 17, 2007

Igreja Matriz

Alpiarça sempre foi uma terra caracterizada por ter habitantes com uma vontade férrea para obter os seus objectivos.
Antes do 25 de Abril de 1974 alpiarcenses participaram activamente na luta pela liberdade, com grandes provações na sua vida pessoal e das suas famílias, alguns com o sacrificio da própria vida.
A construção do edifício sede do Clube Desportivo Os Águias é também um exemplo de como os alpiarcenses conseguem, quando querem, importantes realizações.
A construção do Centro de Trabalho do Partido Comunista Português é também o resultado do esforço colectivo dos militantes e simpatizantes de Alpiarça deste partido.
Pois muito bem depois destes exemplos parece que em Alpiarça a tradição já não é o que era, e concretização colectiva de grandes causas comuns já foi chão que deu uvas.
É o caso da Igreja Matriz de Alpiarça que precisa de obras urgentes de restauro, nomeadamente o tecto que ameaça ruir e que já se encontra coberto por uma tela, e para as quais parece não existirem fundos suficientes saindo inclusivamente no jornal o Mirante um artigo sobre esta matéria, mas pior é a vergonha para todos nós é o facto de se referir uma campanha para recolha de fundos, cuja existência era desconhecida do pároco, e cujo resultado não chegou ainda a entrar nos cofres da comissão encarregue do restauro continuando na posse da secção cultural dos Águias.
A Igreja Matriz serve a sociedade alpiarcense de forma transversal, isto é, serve a todos independentemente das suas opções politico partidárias ou até mesmo convicções religiosas nas diversas cerimónias que vão desde o baptismo à morte, por isso impõe-se que todos sem excepções se mobilizem para o seu restauro.
Partidos políticos, nomeadamente o Partido Comunista Português, com a mobilização dos seus militantes para iniciativas que promovam a recolha de fundos como este partido fez para a construção do seu Centro de Trabalho.
Os empresários da construção civil alpiarcenses poderiam também unir-se e colaborar no restauro, até porque eles próprios e os seus familiares beneficiam ou podem vir a beneficiar dos serviços religiosos, e Alpiarça não é menos que as outras terras que têm o seu lugar de culto devidamente conservado e por outro lado sempre se podem constituir como mecenas e deduzir estas despesas em sede de IRC como fez a Cimpor no tocante a um local histórico em Tomar.
A Câmara Municipal quer por si mesma dentro das suas possibilidades materiais e financeiras, ou iniciando parcerias com as entidades oficiais sensibilizando-as para a importância da preservação daquele monumento, ou então convencendo as empresas privadas instaladas na zona industrial com o mesmo argumento usado por Tomar que foi o mecenato cultural com a consequente dedução das despesa em sede de IRC.
Alpiarça tem tradição na concretização de grandes causas colectivas não vai ficar mal agora neste desígnio municipal, apelo por isso a todos os que queiram e possam um esforço que repartido por todos nada custa.
Alpiarça merece e não a vão deixar ficar mal vista.