Greve Geral
Portugal vai enfrentar no próximo dia 30 de Maio de 2007 uma greve geral promovida pela CGTP/Intersindical Nacional.
Na segunda feira 28 de Maio, data com significado histórico para o nosso país uma vez que foi neste dia de Maio, mas do ano de 1926, que se deu o golpe de estado que instaurou o regime que durou 48 anos e a que deram o nome de Estado Novo, a RTP1 no seu programa Prós e Contras promoveu um debate sobre a greve que seria levada a efeito dois dias depois.
Como de costume assisti ao debate e fiquei com a sensação de estar num país doente com uma democracia moribunda à beira do abismo e à qual se torna forçoso obrigar a dar um passo em frente.
No programa e no palco, se é que posso chamar aquilo palco, estavam frente a frente dum lado as Centrais Sindicais representadas respectivamente pelo seu Secretário Geral a CGTP, Carvalho da Silva, e pelo seu Presidente, João Dias da Silva e do outro o Ministro do Trabalho Vieira da Silva e na plateia os representantes das diversas Confederações Patronais.
A primeira sensação com que fiquei foi que aqueles senhores não estavam ali como partes integrantes do contexto produtivo nacional do qual fazem parte patrões, empregados e governo e que todos devem” puxar para o mesmo lado” tendo como objectivo o desenvolvimento económico do país e por conseguinte da melhoria das condições de vida dos portugueses, mas sim cada um olhando para o seu umbigo esquecendo ou ignorando por completo os direitos legítimos dos outros intervenientes.
Vi sindicalistas a acusarem patrões por um lado de terem como objectivo primário das suas vidas o despedimento de todos os seus funcionários, como se estes não fossem o mais valioso activo das empresas que gerem, ou a redução o mais radical possível de todos os seus direitos, como se fosse possível ter altos níveis de produtividade com trabalhadores desmotivados e sem o minimo de direitos, e o governo por outro devido ás politicas por este implementadas permitirem que lentamente este objectivo seja alcançado.
Vi patrões acusarem sindicalistas por um lado de terem como objectivo único a destruição das empresas através de agitação laboral constante, como se as empresas não fossem o local onde os trabalhadores exercendo a sua actividade profissional e daí auferem o salário que lhes permite viver o seu dia a dia, e o governo por outro pelo facto de não adoptar medidas legislativas mais flexíveis que permitissem algumas decisões discricionárias em relação a trabalhadores considerados mais incómodos.
Vi o governo trazer a colação algumas medidas por si tomadas com o ministro a argumentar com o dirigente da CGTP na base do “o senhor sabe”, de acordo com o relatório X, que a maioria dos portuguese não tem acesso por um lado e se tivesse não leria por outro, da organização Y e fazendo comparações com outros países como se o que se passa no estrangeiro interessa-se aos trabalhadores portugueses quando a sua realidade laboral se situa em Portugal.
Uma das organizações citadas foi a OIT-Organização Internacional do Trabalho- dependente da ONU como se estas organizações estivessem credibilizadas, mas o que na realidade vemos é que se a OIT não consegue intervir para moralizar as relações laborais na China que é membro da ONU, do seu Conselho de Segurança a titulo permanente e pasme-se do Comité de Direitos Humanos desta mesma organização que moralidade tem para emitir directivas para outros países e mais para as fazer cumprir?
Vi também o ministro falar das reformas mas esquecer-se de dizer que para uns terem reformas milionárias os outros as têm de ter de miséria, esquecer-se de dizer que o tempo de trabalho para conseguir as ditas reformas é contado em anos de trabalho e que para uns esses anos têm 365 dias e 6 h e para outros 1/5 deste valor.
Em suma vi e ouvi de tudo, incluindo discussões e interrupções mais ou menos voluntariosas, mas não ouvi uma palavra para os desempregados que ninguém ali representava.
Mulheres e homens a quem foi cortado o direito, constitucionalmente garantido, ao trabalho e que agora muitos deles vivem na mais negra penúria e atirados para a franja da marginalidade social servindo apenas como arma de arremesso politico, como números de estatística com a qual se provam as teses do governo ou da oposição em matéria de desempenho politico.
Impõe-se a criação de uma organização , independente de partidos e sindicatos, para a defesa e representação dos desempregados e impunha-se a sua presença no debate.
Manuel Carvalho da Silva, Secretario Geral da CGTP/intersindical Nacional, referiu a dado momento que as greves gerais em Espanha nas décadas de oitenta e noventa do século passado foram uns abanões sociais de que aquele país precisava, mas eu agora pergunto-me se um abanão desta natureza não irá agravar mais o estado do nosso país e acabar de vez com a nossa moribunda democracia, è que por vezes acontece que o doente não morre do mal mas sim da cura.
Na segunda feira 28 de Maio, data com significado histórico para o nosso país uma vez que foi neste dia de Maio, mas do ano de 1926, que se deu o golpe de estado que instaurou o regime que durou 48 anos e a que deram o nome de Estado Novo, a RTP1 no seu programa Prós e Contras promoveu um debate sobre a greve que seria levada a efeito dois dias depois.
Como de costume assisti ao debate e fiquei com a sensação de estar num país doente com uma democracia moribunda à beira do abismo e à qual se torna forçoso obrigar a dar um passo em frente.
No programa e no palco, se é que posso chamar aquilo palco, estavam frente a frente dum lado as Centrais Sindicais representadas respectivamente pelo seu Secretário Geral a CGTP, Carvalho da Silva, e pelo seu Presidente, João Dias da Silva e do outro o Ministro do Trabalho Vieira da Silva e na plateia os representantes das diversas Confederações Patronais.
A primeira sensação com que fiquei foi que aqueles senhores não estavam ali como partes integrantes do contexto produtivo nacional do qual fazem parte patrões, empregados e governo e que todos devem” puxar para o mesmo lado” tendo como objectivo o desenvolvimento económico do país e por conseguinte da melhoria das condições de vida dos portugueses, mas sim cada um olhando para o seu umbigo esquecendo ou ignorando por completo os direitos legítimos dos outros intervenientes.
Vi sindicalistas a acusarem patrões por um lado de terem como objectivo primário das suas vidas o despedimento de todos os seus funcionários, como se estes não fossem o mais valioso activo das empresas que gerem, ou a redução o mais radical possível de todos os seus direitos, como se fosse possível ter altos níveis de produtividade com trabalhadores desmotivados e sem o minimo de direitos, e o governo por outro devido ás politicas por este implementadas permitirem que lentamente este objectivo seja alcançado.
Vi patrões acusarem sindicalistas por um lado de terem como objectivo único a destruição das empresas através de agitação laboral constante, como se as empresas não fossem o local onde os trabalhadores exercendo a sua actividade profissional e daí auferem o salário que lhes permite viver o seu dia a dia, e o governo por outro pelo facto de não adoptar medidas legislativas mais flexíveis que permitissem algumas decisões discricionárias em relação a trabalhadores considerados mais incómodos.
Vi o governo trazer a colação algumas medidas por si tomadas com o ministro a argumentar com o dirigente da CGTP na base do “o senhor sabe”, de acordo com o relatório X, que a maioria dos portuguese não tem acesso por um lado e se tivesse não leria por outro, da organização Y e fazendo comparações com outros países como se o que se passa no estrangeiro interessa-se aos trabalhadores portugueses quando a sua realidade laboral se situa em Portugal.
Uma das organizações citadas foi a OIT-Organização Internacional do Trabalho- dependente da ONU como se estas organizações estivessem credibilizadas, mas o que na realidade vemos é que se a OIT não consegue intervir para moralizar as relações laborais na China que é membro da ONU, do seu Conselho de Segurança a titulo permanente e pasme-se do Comité de Direitos Humanos desta mesma organização que moralidade tem para emitir directivas para outros países e mais para as fazer cumprir?
Vi também o ministro falar das reformas mas esquecer-se de dizer que para uns terem reformas milionárias os outros as têm de ter de miséria, esquecer-se de dizer que o tempo de trabalho para conseguir as ditas reformas é contado em anos de trabalho e que para uns esses anos têm 365 dias e 6 h e para outros 1/5 deste valor.
Em suma vi e ouvi de tudo, incluindo discussões e interrupções mais ou menos voluntariosas, mas não ouvi uma palavra para os desempregados que ninguém ali representava.
Mulheres e homens a quem foi cortado o direito, constitucionalmente garantido, ao trabalho e que agora muitos deles vivem na mais negra penúria e atirados para a franja da marginalidade social servindo apenas como arma de arremesso politico, como números de estatística com a qual se provam as teses do governo ou da oposição em matéria de desempenho politico.
Impõe-se a criação de uma organização , independente de partidos e sindicatos, para a defesa e representação dos desempregados e impunha-se a sua presença no debate.
Manuel Carvalho da Silva, Secretario Geral da CGTP/intersindical Nacional, referiu a dado momento que as greves gerais em Espanha nas décadas de oitenta e noventa do século passado foram uns abanões sociais de que aquele país precisava, mas eu agora pergunto-me se um abanão desta natureza não irá agravar mais o estado do nosso país e acabar de vez com a nossa moribunda democracia, è que por vezes acontece que o doente não morre do mal mas sim da cura.
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