quarta-feira, abril 30, 2008

1º de Maio

Chicago, 1 de Maio de 18860, milhares de pessoas participam numa manifestação para reivindicar a jornada de trabalho de 8 horas.
Na sequência desta luta o 1º de Maio ficou consagrado como Dia Mundial do Trabalhador.
Em Portugal durante a 1ª Republica a data era comemorada livremente, com o 28 de Maio de 1926 e o nascimento do Estado Novo a data ficou proscrita e qualquer tentativa para a sua comemoração era severamente repreendida pela policia.
Depois do 25 de Abril de 1974 e o renascimento da democracia o 1º de Maio voltou a ser comemorado livremente.
Se 1860 em Chicago a luta se justificava, agora em Portugal essa luta justifica-se cada vez mais, não pelas 8 horas de serviço diário, mas pelo o direito ao trabalho pleno defendido pela Constituição da Republica Portuguesa, pelo fim da precaridade e insegurança no emprego, pelo fim do poder discricionário que paulatinamente os patrões vão adquirindo com o novo Código do Trabalho que o o Governo se está a preparar para aprovar.
Jovens desanimados por terem tirado cursos superiores e agora se veem escravizados em empregos nada conducentes com a sua formação académica, homens e mulheres de meia idade vitimas das deslocalizações selvagens veem o seu futuro e das suas familias muito negro.
Em nome da liberalização economia e competitividade das empresas empresários em vez de previligiarem o seu maior capital, os seus recursos humanos, reclamam do Governo maior facilidade em despedir sob o nome da flexisegurança!
Grandes manifestações terão lugar amanhã, com reclamações mais do que justas por parte dos trabalhadores, e aproveitando-se desta luta e ocupando posições de destaque para aparecerem nos principais serviços noticiosos da televisão os politicos portugueses, da direita da esquerda, vão pronunciar os mesmos discursos de sempre tanto mais que nos encontramos em pré campanha eleitoral.
Promessas serão feitas, criticas mais do que muitas por parte do partido do governo e dos partidos da oposição.
Cada vez que passa o 1º de Maio o meu pensamento vai para os trabalhadores da Planotejo que perderam o seu emprego e passam dificuldades porque a empresa onde trabalhavam foi à falência devido ao incumprimento por parte do Municipio de Alpiarça.
Para estes trabalhadores e suas familias a minha solidariedade.

quinta-feira, abril 17, 2008

25 de Abril

Dentro de alguns dias comemoramos mais um aniversário do 25 de Abril de 1974, o 34º, uma data que assinala o culminar de muita luta, de muitas mortes, de vidas que não se viveram e concretizava o ideário de liberdade que foi denominador comum de muitas gerações de portuguesas e portugueses.
Mais uma vez vamos assistir ao crescente banalizar de uma data que pelo seu significado nunca o deveria ser, mais uma vez vamos ouvir os mesmos discursos com cheiro a naftalina, ocos e sem qualquer conteúdo, cheios de velhas frases de ordem pronunciadas por quem lhes retirou, na prática, todo o significado.
Oportunistas de ambos os lados da barricada, do governo e da oposição, entenda-se, irão chamar para si os louros e a paternidade no ideario da revolução dos cravos, irão clamar que nos seus programas politicos é que se encontra plasmada a verdadeira essência da democracia: a liberdade!
Mas a verdade é apenas uma e só uma com Portugal a afastar-se cada vez mais dos ideários de um Abril solidário caracterizado por uma sociedade mais justa onde todos sem excepção pudessem viver de cabeça erguida usufruindo do que por direito lhes pertence.
Assiste-se agora cada vez mais a um rumar em direcção a um capitalismo selvagem que despede impiedosamente familias inteiras, quando acabados os benefícios oferecidos pelo Governo de todos e nós, e deslocalizam para outros países onde podem recomeçar tudo de novo.
Assiste-se cada vez mais ao desmantelar do Serviço Nacional de Saúde com os portugueses cada vez mais empurrados para o sector privado que explora o negócio cada vez mais lucrativo da saúde ou, então para as agencias funerárias porque irão morrer por falta de assistência durante as longas horas de espera nas urgências hospitais públicos, nos longos percursos que têm de fazer para aí chegar ou então integrando as interminaveis listas de espera para realizar uma simples e pequena cirurgia.
A educação para todos, uma das bandeiras de Abril, é cada vez mais uma recordação de um ideal do passado sendo que agora se torna, cada vez mais, um privilégio dos que enriqueceram e paulatinamente se apoderaram do aparelho de estado através um sistema desenfreado de lobyng que em Portugal toma forma de tráfico de influências vulgo cunhas ou vigarice.
A justiça cada vez mais de apanhar pilha galinhas enquanto os grandes tubarões do crime organizado escapam impunes.
A corrupção corrói o regime por dentro ameaçando, até mesmo, destrui-lo.
A descrença generalizada leva a que cada vez mais portugueses se voltem saudosos para o tempo da ditadura, levando inclusive a que o ditador Salazar seja eleito como o grande português!
A memória dos que tombaram na luta para que o 25 de Abril de 1974 se torna-se possível exige outra postura por parte daqueles que aproveitando da sua luta e morte estão no poder!
Muitos alpiarcenses participaram nessa luta, nela perderam entes queridos, outros perderam a própria vida, outros sacrificaram, não vivendo no verdadeiro sentido do termo, as suas vidas e dos seus fugindo, numa vida difícil de clandestinidade, de uma policia politica, a PIDE, feroz e obedecendo ás normas rígidas do Partido Comunista Português!
Alpiarça e os seus filhos tem agora uma oportunidade para obrigar este poder socrático que se instalou na nossa terra a mudar de atitude, e começar a honrar a memória dos nossos heróis com uma actuação politica diária conducente.
Mais uma vez curvo-me respeitosamente perante a sua memória!

sábado, abril 12, 2008

Vemos, Ouvimos e Choramos

O debate sobre energia a que assisti na Assembleia da Republica teve, se o assunto em análise não fosse sério, períodos em que a argumentação usada pelo Primeiro Ministro dava para rir.
Ao intervir, José Socrates, e fazer apologia daquilo que o seu governo fez em matéria de politica energética, nomeadamente no que concerne ás energias renovaveis, falando como se no seu passado não tivesse sido Ministro do Ambiente e agora como Primeiro Ministro não ter a obrigação de implementar em Portugal o tão famoso protocolo de Kioto.
Os governos, e os Primeiros Ministros que os lideram, são nomeados para fazerem o melhor pelo país sendo contraproducente gabarem-se de um dever supostamente cumprido!
Depois de intervir o lider da bancada do PSD, Pedro Santana Lopes, o Primeiro Ministro, falando em tom irónico, acusou o deputado da oposição de não ter uma visão estratégica, nem de dar contributos credíveis para a politica energética que o Governo do Partido Socialista pretende levar a cabo para Portugal.
Do que José Socrates se esqueceu è que quem tem de ter visões estratégicas sobre as diversas areas da governação, nas quais se inclui o ambiente, como è obvio, è o Governo e não a oposição cuja missão no Parlamento è fiscalizar o cumprimento do programa eleitoral, que permitiu ao PS ganhar com maioria absoluta as eleições legislativas e formar governo, e denunciar os incumprimentos ou desvios.
Depois chamou-me a atenção a intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário Geral do Partido Comunista Português, que questionou o Governo e o Primeiro Ministro sobre o preço dos combustíveis indagando porque razão o preço dos mesmos não desce à mesma velocidade que o preço do petróleo nos mercados internacionais.
O Primeiro Ministro intervém para, novamente em tom irónico, afirmar que aquilo que o PCP quer é que o Governo baixe os preços administrativamente e com isto penalizar os contribuintes pois, como fez questão de afirmar, o PCP não faz contas e o dinheiro para uma intervenção dessa natureza tem que vir de algum lado.
Do que José Socrates se esqueceu è que o preços dos combustíveis são administrativamente altos por via da aplicação de um ISP e um IVA altíssimos que permitem aos administradores das petrolíferas atingirem os objectivos internos e auferirem vencimentos e regalias escandalosas para o comum dos portugueses.
Do que José Socrates se esqueceu è que o problema do custo dos combustíveis se reflete na vida da maioria dos portugueses e não apenas numa minoria como quis fazer crer ao afirmar que se o governo baixa-se o preço dos combustíveis prejudicaria uma maioria em favor de uma minoria de privilegiados que se deslocam de automóvel enquanto os outros o fazem de bicicleta ou a pé.
A realidade è que uma minoria constituída por politicos e afins não se preocupam com o preço dos combustíveis porque ou não os pagam ou ganham muito e não sentem o seu efeito do seu preço no seu orçamento pessoal!
Depois li num semanário uma entrevista do socialista Manuel Alegre que a determinada altura afirma que o PS nem já social democrata è quanto mais socialista!
Quanto desencanto nas palavras daquele velho dirigente, deputado e escritor socialista mas, ateísmos republicanos e socialistas à parte, mais parece um padre António Vieira com uma edição do século XX do famoso sermão de Santo António aos Peixes, já que clama por uma politica social conducente com a história do PS que contribui para a redação e aprovação da Constituição da Republica Portuguesa de 1976, que lançou e defendeu um Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito e que agora è tendencialmente pago, e cada vez mais caro, que defendia a proteção de desempregados e idosos e de uma justiça efectivamente justa.
Manuel Alegre esqueceu-se que agora o seu Partido Socialista já não existe, que agora e tal como escreveu Luís Vaz de Camões:” Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, todo o mundo é composto de mudança tomando sempre novas qualidades, o PS è o representante em Portugal da Comunidade Europeia em particular do seu Comité Económico e Financeiro e do Banco Central Europeu acatando cegamente as suas directivas, cumprindo os seus ditames para o controle do déficit mesmo que para isso os portugueses morram de fome, ou os que não se resignem a esse triste destino se dediquem a actividades socialmente reprovaveis levando-os, em caso de azar, ás barras dos tribunais e ás cadeias fazendo do nosso país não um Estado de Direito Democrático mas Estado Policial e Prisional.
Olho para a televisão e vejo, na mesma semana em que duas empresas vão lançar no desemprego mais 1000 trabalhadores, o representante do Partido Socialista no programa da RTP1, Corredor do Poder, afirmar que o desemprego estava contido, que descaramento e falta de respeito por aqueles que perderam ou vão perder o seu posto de trabalho!
Depois “olho” para Alpiarça e vejo um Executivo Municipal que não tolera a livre crítica, que não cumprindo com as suas obrigações, para com os seus credores, deixa ir á falência um dos grandes empregadores do concelho, a Planotejo, com as consequências económicas e sociais que este facto acarreta.
Vejo um Executivo que se preocupa com questões menores, como manobras de diversão, deixando as fundamentais por resolver sendo disso exemplos gritantes as questiunculas de fotos e diapositivos de Xana e Xando que se arrastam como novela mexicana.
Vejo uma oposição municipal que não se traduz, quer pela sua actuação no passado enquanto poder como agora como oposição, como real e credível alternativa de poder.
Por tudo isto vemos , ouvimos e choramos de raiva e impotência!

segunda-feira, abril 07, 2008

Mistura Explosiva

Agora tenho escrito menos no meu blogue e também no Rotundas e isto por uma unica razão aquilo que tinha vindo a prever a alguns tempos a esta parte estão-se a concretizar.
A segurança está cada vez mais insegura, policias para manterem o seu emprego abdicam da sua dignidade, dormem em camaratas exíguas e sem o minimo de condições, muitos tomam banho de agua fria de inverno ás 6 da manhã, lutam com armas antiquadas contra malfeitores equipados com armas modernas que não exitam em utiliza-las, enquanto os agentes da autoridade só o podem fazer em legitima defesa, isto é, só quando os outros disparam primeiro e têm azar de errar.
Policias choram de cara tapada dizendo que até fome já passaram, face a esta situação como podem, os cidadãos comuns deste país, sentirem-se seguros?
A educação está cada vez mais deseducada com pais que se demitem da sua função educativa, professores desmotivados pela prepotencia de alunos cada vez mais adversos a uma autoridade razoável dos diversos intervenientes no proceso educativo.
A justiça cada vez mais injusta pela demora nas decisões que urge tomar e quando se tomam vão a reboque do momento e das emoções, que geram uma legisferação de fraca ou de nula qualidade, levando à urgencia na sua reforma antes da sua entrada em vigor.
Juízes sem motivação por falta de condições para trabalhar, com milhares de processos para consultar e sobre os quais têm que imparcialmente decidir, não podendo, por isso, cumprir os prazos previstos no Código de Processo Penal levando à libertação de arguidos, alguns em prisão preventiva, que se usa como regra e não como excepção como prevê a Constituição da Republica Portuguesa, e que a opinião publica tem muita dificuldade em entender.
O emprego cada vez mais desempregado com milhares de familias no desespero da incerteza do dia seguinte enquanto os responsáveis pela sua situação difícil se pavoneiam em carros topo de gama e se vangolorizam pelas viagens para destinos exóticos que realizam.
Que poderá suceder neste desespero?
A vingança e consequente tomar em mãos a justiça que a justiça, por falta de instrumentos ou vontade politica dos decisores, não faz!
Depois de uma perspectiva geral olhemos para Alpiarça com os elementos da GNR em instalações indignas, com efectivos muito longe de serem suficientes e agora para finalizar tiros de caçadeira contra as velhas paredes e portas.
Qualquer dia teremos mortes entre os agentes e possivelmente, como alguém já escreveu, entre os membros da actual maioria que governa o Municipio.
A educação que deveria ser um projecto municipal transversal à maioria e à oposição por ser um fator de desenvolvimento é, cada vez mais, um campo de batalha onde os interesses politicos falam mais alto que os dos alunos.
O Agrupamento de Escolas José Relvas é encarado não como um local onde os filhos de Alpiarça vão adquirir competências para lhes assegurar um futuro profissional individual promissor e à comunidade onde se inserem um maior grau de desenvolvimento, mas um campo de “batalha” onde se poderão ganhar as eleições autárquicas.
Vemos passivamente uma realidade, volto a afirma-lo, de idosos sem médico de familia, ruas esburacadas, equipamentos sociais votados ao abandono, pessoas de meia idade preocupados com a velhice porque possivelmente não terão lugar nas instituições do concelho criadas para esse fim.
Clama-se contra o Presidente Rosa do Céu que nada faz para solucionar o problema da água com arsénico, clama-se contra a vereadora Vanda Nunes por nada fazer em prol da verdadeira cultura e se entretém em questiunculas relacionadas com as fotos ainda não pagas ao Xana que muitos consideravam como fotografo e informador oficial do Municipio!
Pode dizer-se que em Alpiarça se vive uma mistura de pantano Guterrista com a tanga Barrosista, com o delirio Santanista culminado com o despotismo Socrático.
Por outras palavras, e para terminar, não acontece nada na realidade, o endividamento do Municipio è real embora se contrate Tony Carreira para a Alpiagra e quem tiver o azar da inimizade da classe dominante o melhor que tem a fazer é imigrar.

quinta-feira, abril 03, 2008

Big Brother

Em Portugal vamos, nós os comuns cidadãos portugueses, de surpresa em surpresa.
Primeiro assistimos no Porto a uma aluna a agredir uma professora só porque esta, vejam só o desplante, não queria que a aluna usa-se o telemóvel durante a sua aula violando assim os seus direitos.
O Presidente da Republica, Cavaco Silva, chama o Procurador Geral da Republica, Pinto Monteiro, para analisarem a questão de tão preocupados que estão com o problema da violência nas escolas portuguesas.
Reflete-se muito e concretiza-se pouco, e no problema da violência nos recintos escolares bastava que o Governo da Republica Portuguesa, através da sua Ministra da Educação, legisla-se no sentido de limitar algum dos poderes dos ditadores de trazer por casa: oas alunos mal formados e os seus pais ausentes em matéria da educação dos seus educandos.
Outra surpresa vei-nos do programa Em Reportagem da RTP e ficamos logo a saber duas coisas interessantíssimas:
1ª Que agora se perdermos o telemóvel ele pode ser localizado, ao contrário do que nos dizem as 3 operadoras TMN, Vodafone e Optimus, através do IMEI.
Que agora a partir de 150 € qualquer um pode escutar as nossas conversas ao telemóvel, ler as nossas mensagens o que é óptimo para os maridos que se julgam enganados terem a certeza disso, ou ilibarem as respectivas esposas dessa suspeita, os politicos poderem saber o que dizem e escrevem de si os seus adversários e até mesmo apoiantes.
Por isso se o seu telemóvel sofisticado desaparece por algum tempo e reaparece depois num local onde já o procurou várias vezes então desconfie pode ser ataque!
Se por acaso lhe oferecerem não flores mas um telemóvel sofisticado então poderá ser espionagem e não amor ou paixão!
2ª Que Alpiarça se encontra na vanguarda desta tecnologia de ponta bastando para isso atentarmos no facto de um munícipe ter ouvido em tribunal uma gravação de uma conversa sua com a vereadora Vanda Nunes ocorrida no antigo edificio da Câmara Municipal e onde se situava também a Biblioteca Municipal.
Caros alpiarcenses o Big Brother já assentou arraiais em Alpiarça portanto cuidado com o que se diz e escreve nos telemóveis.
Antigamente eram os bufos de orelha fita agora são os peritos nas novas tecnologias.
Por ultimo um conselho deixe de parte o seu telemóvel topo de gama e recomece a usar o antigo, mais simples e com menos funcionalidades, que tem lá na gaveta para uma emergencia.