Que Saudades
A RTP transmitiu no dia 25 de Abril um programa intitulado “ Vozes de Abril”, não o vi desde inicio mas fiquei nostalgico.
Ao ver aqueles homens e mulheres que fizeram das suas vozes, das suas poesias e das suas musicas uma arma de combate contra a ditadura que nos oprimiu durante 48 anos senti-me regressar ao ano histórico de 1974.
Mais velhos e velhas é certo, porque o tempo não perdoa e não pára, mas cantando com a mesma energia a mesma liberdade que não deveria conhecer idade nem envelhecer tanto mais que não seja porque em Portugal se pagou um preço elevado para a conquistar.
Agora vemos e ouvimos chamar de caducos a estes lutadores da voz e da escrita vemos a sua obra esquecida e ridicularizada em favor de musicas e poemas de duvidoso conteúdo e qualidade onde se privilegia o melodrama de faca em alguidar, colocando-se definitivamente de lado a denuncia dos grandes problemas sociais e politicos do nosso país.
Que saudades do tempo em que podíamos afirmar sem qualquer receio a nossa opinião sobre os mais variados assuntos, de sermos escutados e escutarmos os outros sem qualquer atitude preconceituosa e persecutória.
Voltamos de novo ao tempo de Caetano em que olhávamos para o lado quando abríamos a boca nos referirmos a assuntos perfeitamente pertinentes mas que colocavam em causa a “estabilidade do regime” e da nação.
Voltamos de novo aos tempos dos quatro efes salazaristas e é com muita frequência que já ouvimos dizer “não te metas nisso que é politica”.
Voltamos aos despedimentos por razões de ordem politica mas agora mascarados com inadaptação ao posto de trabalho, extinção do mesmo ou deslocalização selvagem para os mercados ditos emergentes.
Voltamos ao tempo em que a politica social dos governos se pautam por uma solidariedade social vocacionada para a lógica capitalista selvagem do século XIX.
Cavaco vai á Assembleia da Republica denunciar o crescente afastamento dos jovens da vida politica, fica-lhe bem o alerta, mas pecou por não ter aproveitado a ocasião para um acto publico de contrição pela sua contribuição para este estado de coisas quando foi 1º Ministro e líder do Partido Social Democrata.
Não nos podemos esquecer que os partidos politicos portugueses não oferecem quaisquer oportunidades credíveis para o exercício da causa publica aos jovens portugueses, que na sua grande maioria são sinceros e honestos e, que facilmente detectam a vigarice subjacente á luta pelo poder quer no interior dos partidos quer depois no assalto aos lugares de destaque no aparelho de estado quando estes são chamados a exercerem funções governativas.
Que saudades do 25 de Abril do Capitão Salgueiro Maia onde a liberdade era livre e Portugal um país de sonhos e sonhadores com um futuro mais justo para todos!
Que pesadelo vivemos hoje nós ao constatarmos que todo o “sangue, suor e lágrimas” que muitos derramaram e muitos mais não estão a aproveitar.
Ao ver aqueles homens e mulheres que fizeram das suas vozes, das suas poesias e das suas musicas uma arma de combate contra a ditadura que nos oprimiu durante 48 anos senti-me regressar ao ano histórico de 1974.
Mais velhos e velhas é certo, porque o tempo não perdoa e não pára, mas cantando com a mesma energia a mesma liberdade que não deveria conhecer idade nem envelhecer tanto mais que não seja porque em Portugal se pagou um preço elevado para a conquistar.
Agora vemos e ouvimos chamar de caducos a estes lutadores da voz e da escrita vemos a sua obra esquecida e ridicularizada em favor de musicas e poemas de duvidoso conteúdo e qualidade onde se privilegia o melodrama de faca em alguidar, colocando-se definitivamente de lado a denuncia dos grandes problemas sociais e politicos do nosso país.
Que saudades do tempo em que podíamos afirmar sem qualquer receio a nossa opinião sobre os mais variados assuntos, de sermos escutados e escutarmos os outros sem qualquer atitude preconceituosa e persecutória.
Voltamos de novo ao tempo de Caetano em que olhávamos para o lado quando abríamos a boca nos referirmos a assuntos perfeitamente pertinentes mas que colocavam em causa a “estabilidade do regime” e da nação.
Voltamos de novo aos tempos dos quatro efes salazaristas e é com muita frequência que já ouvimos dizer “não te metas nisso que é politica”.
Voltamos aos despedimentos por razões de ordem politica mas agora mascarados com inadaptação ao posto de trabalho, extinção do mesmo ou deslocalização selvagem para os mercados ditos emergentes.
Voltamos ao tempo em que a politica social dos governos se pautam por uma solidariedade social vocacionada para a lógica capitalista selvagem do século XIX.
Cavaco vai á Assembleia da Republica denunciar o crescente afastamento dos jovens da vida politica, fica-lhe bem o alerta, mas pecou por não ter aproveitado a ocasião para um acto publico de contrição pela sua contribuição para este estado de coisas quando foi 1º Ministro e líder do Partido Social Democrata.
Não nos podemos esquecer que os partidos politicos portugueses não oferecem quaisquer oportunidades credíveis para o exercício da causa publica aos jovens portugueses, que na sua grande maioria são sinceros e honestos e, que facilmente detectam a vigarice subjacente á luta pelo poder quer no interior dos partidos quer depois no assalto aos lugares de destaque no aparelho de estado quando estes são chamados a exercerem funções governativas.
Que saudades do 25 de Abril do Capitão Salgueiro Maia onde a liberdade era livre e Portugal um país de sonhos e sonhadores com um futuro mais justo para todos!
Que pesadelo vivemos hoje nós ao constatarmos que todo o “sangue, suor e lágrimas” que muitos derramaram e muitos mais não estão a aproveitar.
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