terça-feira, janeiro 29, 2008

Eu Já Tinha Escrito

Tal como já tinha escrito antes, que iria acontecer, deixem-me puxar hoje pelos “galões”, José Sócrates remodelou o seu governo colocando “fora de campo” dois dos mais fracos “jogadores” da sua equipa, Correia de Campos na saúde, Pires de Lima na cultura e um auxiliar o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, este não se sabendo se por sua vontade ou por vontade do detentor do cargo!
Como num jogo de futebol o treinador José Sócrates encontrou rapidamente os substitutos de tal forma que o director geral do clube, Anibal Cavaco Silva, foi apanhado de surpresa tanto pela saída dos efectivos como pela escolha dos substitutos.
Vamos a ver se as substituições o são de facto, produzindo alterações de fundo, ou apenas uma mera evolução na continuidade.
A remodelação, por todos os analistas considerada necessária, só peca por tardia e pouco abrangente, já que outros sectores da governação necessitavam de uma substituição para uma necessária lufada de ar fresco nos sectores da area governativa atingidos.
A justiça, com os operadores judiciários à perna, a administração interna, com todas as forças de segurança em constante litigio, a educação, sem capacidade de diálogo com o seu principal capital, os professores e demais pessoal auxiliar, os negócios estrangeiros, a braços com mais um escândalo dos raptos e transferência de prisioneiros do Afeganistão para a prisão Guantanamo, e outras prisões secretas na Europa e as obras publicas, com o “jamais de Alcochete” precisam e com urgencia de igual tratamento isto numa primeira análise porque se aprofundássemos a questão seria o próprio Sócrates a necessitar de ser remodelado!
Permitam-me que relembre aqui o caso da Anadia em que os partidos da oposição não agiram em tempo util, como seria de esperar, e foi necessário a acção da sociedade civil apoiada pelo histórico socialista, Manuel Alegre, que se insurgiu contra a politica de Correia de Campos como sendo “ uma machadada no Serviço Nacional de Saúde”.
E como eu preconizara Correia de Campos foi à sua vida!
Falta agora sómente vermos como vai acabar o empréstimo de 400 milhões de euros para a Câmara Municipal de Lisboa que, segundo o jornal Semanário, está demorado em sair por falta da necessária autorização do Tribunal de Contas e que a sair seria reduzido para 290 milhões euros!
Se não saírem nem os 400 milhões nem os 290 milhões nova remodelação governativa acontecerá para dar entrada ao António Costa para o governo e com João Soares a avançar como candidato socialista nas novas eleições autárquicas antecipadas para a capital.
Santana Lopes avançará pelo PSD.
Por Alpiarça Rosa do Céu rumará à capital, se já lá não estiver antes destes acontecimentos, e Vanda Nunes assumirá a Presidência do Municipio.

CIA: Portugal ajudou transferência de mais de 700 prisioneiros para Guantanamo - ONG britânica

Caros leitores deste blogue, hoje estou um pouco adoentado, (a tensão disparou-me para valores absurdos), e não estou com ganas para grandes «escrevinhadelas» mas não posso deixar passar em claro esta notícia. Um bom dia aos meus leitores.

A organização de direitos humanos britânica REPRIEVE garante que mais de 700 prisioneiros foram ilegalmente transportados para a base norte-americana de Guantanamo "com a ajuda de Portugal" e que pelo menos 94 voos passaram por território português, entre 2002 e 2006.

A REPRIEVE, organização não-governamental de beneficência criada por advogados, em 1999, para prestar representação legal a prisioneiros que enfrentam a pena de morte, sobretudo nos Estados Unidos, divulgou hoje um relatório que, nas suas palavras, "demonstra inequivocamente que 728 de 774 prisioneiros de Guantanamo foram transportados através de jurisdição portuguesa".

Instado a comentar a informação, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, disse segunda-feira, em Bruxelas, que não tem "qualquer informação" sobre o relatório, reservando por isso um comentário para quanto tiver acesso ao documento.

O relatório, aponta a organização de advogados, foi compilado através da comparação de dados obtidos junto das autoridades portuguesas, informações do Departamento de Defesa dos Estados Unidos com datas de chegadas de prisioneiros a Guantanamo e testemunhos de muitos prisioneiros.

O documento, que, segundo a REPRIEVE, detalha pela primeira vez os nomes dos prisioneiros e as suas histórias, aponta que "pelo menos em seis ocasiões aviões de transferência de prisioneiros voaram directamente da base das Lajes nos Açores para Guantanamo".

"Nenhum destes prisioneiros poderia ter chegado a Guantanamo - e sido sujeito a seis anos de abusos - sem a cumplicidade portuguesa e existem ainda várias dezenas de homens que poderão enfrentar a pena de morte após terem sido transferidos pelos Estados Unidos através de jurisdição portuguesa", afirmou o Director-Gegal da REPRIEVE, Clive Stafford Smith.

A ONG defende que as investigações "demonstram que Portugal desempenhou um papel de apoio de relevo no amplo programa de transferência de prisioneiros" e, "pelo menos, nove prisioneiros transportados através de jurisdição portuguesa foram cruelmente torturados em prisões secretas espalhadas pelo Mundo antes da sua chegada a Guantanamo".

Segundo o responsável da REPRIEVE, "Portugal tem de levar a cabo um inquérito público e exaustivo e chegar ao fundo destas violações do direito internacional".

Actualmente, encontra-se em curso um inquérito-crime aberto pelo Ministério Público português há cerca de um ano, tendo na semana passada fonte da Procuradoria-Geral da República dito à Lusa que a decisão final está para breve.

Este relatório da REPRIEVE é publicado sensivelmente um ano depois de o Parlamento Europeu ter aprovado o relatório final da comissão temporária, presidida pelo eurodeputado português Carlos Coelho, que, durante mais de um ano, averiguou os alegados voos ilegais dos serviços secretos norte-americanos (CIA) na Europa para transporte ilegal de prisioneiros suspeitos de terrorismo.

O relatório do PE exortou diversos Estados-membros, entre os quais Portugal, a aprofundar as investigações, saudando a abertura de um inquérito-crime pelo Ministério Público português.

Portugal acabou por se tornar um dos países em foco durante os trabalhos da comissão do PE, muito por acção da eurodeputada socialista Ana Gomes, que foi diversas vezes criticada pelo Governo de José Sócrates e pelo seu partido, o PS.

Entretanto, uma participação de Ana Gomes à Procuradoria-Geral da República (PGR) e outra do jornalista da VISÃO Rui Costa Pinto levaram o Ministério Público português a decidir, em Fevereiro de 2007, a abertura de um inquérito-crime em Portugal, que deverá estar concluído dentro de dias.

O caso dos "voos da CIA" teve início em Novembro de 2005, quando o jornal norte-americano Washington Post revelou a existência de prisões secretas da CIA em vários pontos do Mundo, incluindo em países do Leste europeu.

Rapidamente, o assunto em foco passou a ser não tanto as prisões secretas (cuja existência nunca viria a ser provada), mas antes o transporte ilegal de prisioneiros suspeitos de terrorismo e os chamados "voos da CIA", que, segundo a comissão do PE, foram uma prática corrente na Europa desde os atentados de 11 de Setembro de 2001, nos EUA.

ACC.

Lusa/Fim

sexta-feira, janeiro 25, 2008

A Brincar Com a Saúde

Que o país está doente já ninguém duvidava, que os cortes cegos na area da saúde iriam dar, mais cedo ou mais tarde, maus resultados também não, mas que todos viéssemos a saber desta forma brutal a confirmação desta realidade ninguém estava à espera!
Um homem cai na sua residencia em Favaios, Alijó e, depois de ser solicitada ajuda através do 112, fica-se a saber que em duas corporações de bombeiros, daquela zona, naquela noite fatídica só existiam dois bombeiros de serviço, um em cada quartel, viria a falecer por alegada falta de assistencia porque os meios humanos que seriam necessários para situações deste género não existiam.
Tudo isto acontece no Portugal profundo, aquele que não é mostrado aos ilustres visitantes da União Europeia, onde os cidadãos são de segunda ou terceira categoria e os politicos, a quem competia zelar pela sua saúde e bem estar, só os conhecem na altura das eleições, para lhes arrancar o voto.
Esta situação responde, por si só, à pergunta do Presidente da Republica, Anibal Cavaco Silva, " o que è preciso fazer para que nasçam mais bébés em Portugal?"
A saúde, que os portugueses pagam muito caro, ao contrário do que está estabelecido na Constituição da Republica Portuguesa, que preconiza um serviço nacional tendencialmente gratuito, è algo de muito frágil que a qualquer momento pode estar comprometido sendo, por isso, necessário a existência de uma estrutura que aproxime, o mais rapidamente e nas melhores condições, os doentes dos profissionais quer nos centros de saúde como nos hospitais.
Nesta estrutura de aproximação não podem, apesar da sua boa vontade e louvável abnegação, existir amadores porque com a saúde dos portugueses não se brinca!
Ainda o Ministro da Saúde, Correia de Campos, tenta justificar o injustificável em relação a este caso, já novo escândalo rebenta no seu ministério com a compra, por sete milhões de euros, de uma aplicação informática denominada Alert P1 que é incompatível com o sistema informático já existente nos centros de saúde e hospitais!
Posto isto pergunta-se como è possível que este ministro ainda se encontre em funções?
Como é possível que a oposição ainda não tenha mobilizado os seus militantes, e não só, para as ruas, como diz José Estaline ni seu blogue Estrela Vermelha, para que em 1º lugar se apurem as responsabilidades, as verdadeiras e não as fictícias arranjadas de acordo com as conveniências politicas do momento, e em 2º para forçar o 1º ministro a cumprir o seu dever e demitir Correia de Campos de imediato?
Estas e outras perguntas ficarão, como è obvio, sem resposta porque o Governo em geral e este Ministro em particular irão encontrar, entre os mais fracos, como seria de esperar, os responsáveis tanto pela tragédia em Favaios como pela má gestão manifesta na compra da aplicação informática Alert P1 e porque a oposição está mais preocupada com em provar que tem mais de 5000 militantes, e escapar desta forma à extinção, do que se preocupar com as incompetências e prepotências deste governo.
Por ultimo cabe aqui, na minha opinião, perguntar ao Executivo Municipal se este triste acontecimento de Favaios se pode repetir em Alpiarça porque alguns sinais de alerta já estão a ser dados tais como a inexistência de médico de familia para todos os habitantes, a necessidade de alguns terem que se deslocar de madrugada para a porta do Centro de Saúde para obterem o receituário de que necessitam.
Para o bem de todos espero que estas falhas sejam rapidamente superadas!

terça-feira, janeiro 15, 2008

Olhar e Ver

Existem o olhar e o ver, embora para os dois seja necessário a utilização dos olhos, na sua essência são diferentes.
Esta introdução vem a propósito do clima que se vive em Portugal, onde a tensão é cada vez maior, devido ao cada vez maior desconforto sentido quer na sociedade civil como na instituição militar.
Na sociedade civil o fecho de urgências hospitalares, os aumentos constantes, superiores em muito ao valor esperado para a inflação, dos bens e serviços essenciais, o desemprego galopante, a instituição de um regime fundamentalista, onde o estado já intervem de forma inaceitável na vida pessoal dos cidadãos, as reformas para tornar célere a nossa emperrada justiça tardam em chegar, a insegurança que cada vez maior, com os cidadãos a viverem um clima de maior terror, com assassinatos em Lisboa e Porto o aparecimento de uma criminalidade organizada e colarinho branco, onde a classe politica marca presença destacada, que levada a barra dos tribunais vêm os processos arrastarem-se, através de mecanismos dilatórios, até à prescrição.
Na classe politica o Governo, sustentado por uma maioria absoluta na Assembleia da Republica, desrespeita os cidadãos em função das imposições da União Europeia, falta a compromissos eleitorais, no referendo sobre o Tratado de Lisboa, 150 mil postos de trabalho, toma medidas arbitrárias como a fiscalização de sindicatos em vésperas de manifestação contra o 1º Ministro, a tomada de posição do Dr. Mário Soares, fundador do Partido Socialista e defensor assérimo das liberdades individuais, qual Rei de Espanha, ao mandar calar Mouta Liz, durante uma conferencia que decorreu na fundação que tem o seu nome, quando este acusou o 1º Ministro de propaganda ameaçando-o de expulsão da sala.
Quando o maior partido da oposição no lugar de cumprir o seu papel, fiscalizar o cumprimento do programa de governo na Assembleia da Republica, já se debate com nova crise interna que pode levar á demissão do líder, Luís Filipe Menezes, eleito à pouco tempo e a convocação de novas eleições internas.
Na instituição militar o descontentamento é generalizado com passeios, de que resultaram processos disciplinares e detenções, manifestações de policias, jantares de oficiais tudo para mostrar ao governo que os cortes orçamentais cegos impostos por Bruxelas podem levar a situações de grande conflitualidade interna.
Se a nível nacional a situação está neste pé que dizer de Alpiarça em particular?
O Executivo Municipal parece cego, surdo e mudo à realidade que o rodeia com os alpiarcenses sem médico de família, a consumirem agua cara e contaminada com arsénico, os Bombeiros sem o pessoal necessário para acudirem às mais diversas valências recorrendo-se, por isso, ás corporações vizinhas, as estradas esburacadas pelo projecto Lezíria em Rede que tardam em ser reparadas, com a realização de eventos “faraónicos” sem quaisquer resultados práticos para a melhoria das condições de vida dos alpiarcenses, fogo de artificio na Barragem dos Patudos, a vinda à Alpiagra de artistas com cachés elevados com especial destaque para Tony Carreira, depauperando os parcos recursos dos cofres autárquicos!
E que que dizer da acuação dos partidos políticos mais representativos do nosso concelho e com representação na Assembleia Municipal?
O Partido Social Democrata, Concelhia de Alpiarça, é o reflexo do do partido a nível nacional, dividido sem rumo nem liderança credível marca presença com 2 eleitos, Carlos Coutrim e João de Brito, apoiantes de fações diferentes e que se limitam a marcar presença com as suas constantes abstenções!
O Partido Comunista Português, outrora poder e agora oposição, quando confrontado com criticas à sua anterior gestão autárquica responde, invariavelmente, com o apelidar dos críticos de fascistas, anti comunistas primários, como se não ser comunista fosse crime em Portugal, e com as tradicionais comparações entre o passado e o presente da governação do concelho.
O Partido Socialista, actual poder, quando questionado nas suas decisões responde, invariavelmente, com a longa sesta comunista, com a ditadura imposta anteriormente pelo Partido Comunista Português na sociedade alpiarcense, nas comparações com os países de leste, com aquilo que deveriam ter feito e não fizeram.
Por ultimo, e para contrariar o lema da “Vila Tranquila com Vida de Qualidade”, não bastando já a falta de qualidade agora juntou-se a falta da tranquilidade com tiros disparados contra o Posto da GNR e isto como um culminar de frequentes roubos e um florescente trafego e consumo de droga!
Por tudo isto se pode constatar de que a democracia em Alpiarça é ainda uma miragem e que a nível nacional, como repetidamente tenho escrito, está seriamente ameaçada e os que a podem proteger e defender assobiam para o lado, olham mas não veem!

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Velho tonto, mas não hipócrita...

A coragem, os princípios, a integridade que caracteriza homens e mulheres de carácter, nascem com as pessoas e desenvolvem-se depois no ambiente familiar não se compram nas lojas dos trezentos ou dos chineses!
Muitos dos que actualmente, em Alpiarça, se dizem corajosos lutadores anti-fascistas e que acusaram e acusam, ainda hoje, outros de colaboracionismo, vulgo bufos, com a policia política do antigo regime, a PIDE, quando confrontados com os seus agentes comportavam-se como cordeiros respondendo às suas perguntas ou dialogando com eles de forma cordata como se fossem amigos pessoais!
Louvo a coragem daqueles que os afrontavam directamente, esses sim, homens e mulheres de coragem que procuram hoje em dia passar despercebidos, não alardeando o seu passado de luta, como o fazem, aliás, os grandes!
Curvo-me respeitosamente diante da memória daqueles que pereceram na luta e não foram poucos!
Depois do 25 de Abril de 1974 os "pavões" continuaram no único partido político que conheciam, o PCP, e participaram em piquetes, para impedir a passagem da "reacção" até ao momento em que se soube que tinham pertencido à Acção Nacional Popular ou tinham sido informadores da PIDE!
Homem feito quando ocorreu o 25 de Abril de 1974, gostava que assim não fosse, porque agora era mais jovem por um lado mas por outro este facto permitiu acompanhar “ao vivo e a cores”, já com capacidade de discernimento, todo o desenvolvimento do pós esta data. Assim assisti, no pós Revolução dos Cravos, a uma mudança curiosa de mentalidade a saber: era motivo de orgulho ter sido e ser anti fascista, porque o fascismo salazarista nos tinha oprimido durante 48 anos, mas era crime ser anti-comunista, uma ditadura igual embora de sinal contrário, que assassinou e continua a assassinar milhões de pessoas por esse mundo fora! Tudo isto vem a propósito dos comentários dos meus caros António Miguel dos Santos e Antero Bastos que directamente ou indirectamente agitam a bandeira do meu pretenso anti comunismo, mas qual é o mal de o ser anti comunista? Será porque a nossa Constituição estranhamente, na minha opinião, permite a existência de um Partido Comunista Português e proíbe a existência de um Partido Fascista Português? Ser anti-ditatorial significa ser democrata logo se o comunismo e o fascismo são ditaduras então os democratas têm que ser não só anti-fascistas como anti-comunistas!
Mas porque sobre a substância do post "UMA QUESTÃO DE ESSES" nem uma palavra escreveram é pertinente perguntar: 1º - Concordavam, se fossem vivos, com as medidas que Salazar tomou, com as prisões e mortes que ordenou? 2º - Concordam com as medidas que o Governo de Sócrates está a tomar nos sectores da Saúde, Emprego, Segurança Social, Educação, Justiça?
Parece que sim pois quem cala consente!

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Uma Questão de Esses

Quando em 27 de Abril 1928 os dirigentes saídos do golpe de estado de 28 de Maio de 1926 nomearam para Ministro das Finanças, aceitando as condições que impôs para aceitar o cargo, o Dr. António de Oliveira Salazar não previam, aliás não podiam prever porque nem naquela altura nem agora existem possibilidades de prever o futuro, a importância que este homem viria a ter na vida politica portuguesa nas décadas seguintes.
A tarefa fundamental que se colocava a Salazar era colocar ordem nas finanças publicas, problema crónico que se arrastava desde a implantação da Republica, e para o qual os novos dirigentes ainda não tinham encontrado solução.
A Sociedade das Nações, organização surgida após a 1ª Guerra Mundial, através do seu Comité Financeiro tinha dado três anos a Portugal para resolver o problema, encetadas as negociações com o novo Ministro das Finanças estas acabaram por gorar-se por este achar inaceitáveis as condições impostas a Portugal por aquele Comité.
Portugal ficou, assim, impedido de recorrer ao crédito externo mas Salazar não se intimidou e para descrédito dos seus opositores conseguiu eliminar o déficit das contas publicas portuguesas não nos três anos requeridos pela Sociedade das Nações mas em apenas um!
Bateram-se palmas ao grande estadista e salvador da pátria, teceram-se elogios dentro e fora das fronteiras, mas este resultado bombástico teve custos elevados.
As falências sucediam-se em catadupa, o desemprego subia para níveis nunca dantes imaginados, as manifestações de repudio à politica do novo, e todo poderoso Ministro das Finanças, eram constantes e a conspiração para derrubar a ditadura imposta em 1926 era permanente.
Mas a policia dotada de poderes acrescidos, alicerçados em legislação em tudo contrária ao espirito democrático da Republica do 5 de Outubro de 1910, prendia, torturava e até matava impunemente.
Os tribunais distribuíam penas que iam de multas incomportáveis para a época atá à deportações para Madeira e Açores ou para as outras colónias portuguesas em África.
A par desta sua politica económica Salazar foi construindo o seu modelo de governação, para posterior conquista de um poder quase absoluto, aliás ele próprio tinha já afirmado a alguns amigos que o seu projecto politico era ser 1º Ministro de um Rei absoluto.
Tornou-se ele próprio um Rei absoluto dentro de uma Republica com um presidente sem poderes.
A 21 de Julho de 2005 toma posse como Ministro das Finanças do XVII Governo Constitucional Fernando Teixeira dos Santos liderado pelo Secretário Geral do Partido Socialista, José Sócrates, a sua principal prioridade: colocar ordem nas finanças publicas, problema crónico que se arrastava desde o 25 de Abril de 1974 e que os sucessivos governos não tinham conseguido resolver.
Se Salazar sofria pressões do Comité Financeiro da Sociedade das Nações Teixeira dos Santos sofre-as da União Europeia onde Portugal entretanto se integrou.
Medidas draconianas foram e são ainda actualmente tomadas para que o país atinja os objectivos ditados por Bruxelas e tal como ao tempo de Salazar as falências sucedem-se em catadupa, o desemprego sobe para níveis nunca dantes imaginados, as manifestações de repudio à politica do novo, e todo poderoso Ministro das Finanças, são constantes só não existe conspiração para derrubar este governo e acabar com esta governação porque os portugueses se acomodaram e os políticos oportunistas os manipulam com falsas promessas de oásis idílico que para maioria dos portuguese nunca virá mas do qual eles já usufruem.
Só falta saber se Fernando Teixeira dos Santos também quer ser 1º Ministro de um Rei absoluto!
Salazar, Santos e Sócrates será apenas coincidência de Letras no nome?