domingo, abril 30, 2006

1º de Maio

Em primeiro lugar agradecer ao anonymous que me chama a atenção em relação aos erros ortográficos infelizmente, e apesar dos meus esforços para que tal não aconteça, eles continuarão a existir até porque já no passado um grande vulto da nossa cultura, D. Francisco Manuel de Melo, se referia a eles como gralhas, coisa difícil de combater.
Mas voltando ao assunto o 1ºde Maio, pois se de inicio foi a luta pelas 8 horas de trabalho agora e em Portugal parece que essa luta se mantém, não agora que se trabalhe mais do isso, mas porque muitos portugueses trabalham menos, ou para ser mais preciso, não trabalham nada porque estão desempregados.
È para esses desempregados que deve voltar a atenção de governos, patrões e sindicatos, porque são eles, em ultima análise, que devem tratar desta problemática em sede de concertação social.
O governo que modera o processo, deve ter um espirito positivo e de abertura para a resolução da parte que lhe cabe no processo, criando possibilidades credíveis para a reconversão profissional de muitos destes desempregados, abrindo-lhe novos horizontes no mercado de trabalho.
Compete também ao governo legislar em matéria laboral de modo a tornar mais rápidas a resolução dos diferendos entre patrões empregados, quando estes chegam à via judicial.
Os patrões que devem ter a capacidade para reconhecer que o seu mais valioso activo se situa nos seus recursos humanos, requalificando os seus quadros numa perspectiva de enquadramento no desenvolvimento cientifico-tecnologico a que as empresas não devem ser alheias, antes pelo contrário parceiras de pleno direito. O mercado de trabalho em Portugal a continuarmos na lógica actual, mais parece a Inglaterra do século 19 onde imperava o capitalismo selvagem, onde a lei do lucro de alguns à custa da miséria de muitos falava mais alto do que a ideia de qualquer justiça social.
Basta olharmos para os processos de deslocalização de empresas, da falência fraudulenta de outras para vermos que, de facto, estamos a voltar para trás no tempo.
Os sindicatos deviam ter mais em atenção não só o aspecto jurídico e reivindicativo das relações entre patrões e empregados, mas abrirem-se para um papel social de apoio aqueles que, repentinamente se acham desempregados e toda a sua vida laboral descontaram para o seu sindicato, e este agora nada mais faz do que convocar manifestações para as portas das Câmaras Municipais ou Governos Civis.
Pois o papel dos sindicatos deveria ir para além disso, deveriam criar um fundo social de apoio para todos aqueles que caindo no desemprego pudessem recorrer, até que o processo de atribuição dos subsídios legalmente previstos estivesse terminado, não deixando ninguém à mingua ou presa fácil de angariadores de mão de obra para actividades ilegais, que quando correm mal enchem um pouco mais as nossas cadeias, mas que fazer essas pessoas não podiam morrer de fome, enquanto a burocracia lhes emperra o processo.
Não bastam manifestações onde participam os lideres partidários, em lugar de destaque como convém, para aparecerem no noticiário das 20.
Não bastam discursos inflamados de líderes sindicais profissionais que da realidade profissional já pouco conhecem, è preciso agir em defesa dos que tudo perderam em termos profissionais e que agora se arriscam a perder a sua dignidade.

terça-feira, abril 25, 2006

Pensamento

Ontem, 24 de Abril de 2006, fui ver as comemorações alusivas ao 32º aniversário do 25 de Abril de 1974. Foi uma festa bonita com musica alusiva à data e o fogo de artificio lindo de se ver. Fica apenas um ligeiro pormenor a salientar que foi o facto de a Bandeira Nacional se negar terminantemente a subir enquanto a Banda tocava a Portuguesa, mas tudo se resolveu e a Bandeira, por fim, lá subiu no mastro como estava previsto. Mas foi quando a Banda começou a tocar o Hino que o meu pensamento voou, e todos sabemos que não há nada nem ninguém que trave o pensamento. Voou para os perto de 500.000 desempregados deste Portugal de Abril, alguns sem qualquer esperança na vida, porque velhos demais para encontrarem emprego, numa actividade diferente daquela que exerceram toda uma vida e novos demais para a reforma. Voou para aqueles que com emprego calam as desconsiderações, as humilhações diárias de que são alvo, abdicando do seu direito à indignação, porque o medo de perderem o emprego fala mais alto do que este direito que Abril trouxe consigo. Voou para os milhares de doentes que desesperam por uma consulta médica, quer nos hospitais quer nos centros de saúde, ou então nas longas listas de espera para, por vezes, realizarem uma simples intervenção cirúrgica. Voou para as famílias que querem dar uma educação digna aos seus filhos, quando esta è já um privilégio de ricos, que podem manter os filhos deslocados de casa, com todas as despesas que isso acarreta, isto se frequentarem o ensino oficial, este espartilhado pelo crivo dos exames nos quais em 90 minutos se joga o futuro de um jovem, ou então no privado onde então aí as coisas piam mais fino e muito mais caro. Voou para os injustiçados do Portugal de Abril, que penam anos e anos que uma Justiça lenta, burocrática e cheia de expedientes, a que recorrem os advogados mais bem pagos da nossa praça, para atrasarem ou avançarem o mais que puderem os processos, em que o interesse de clientes seus cheios de dinheiro e dispostos a pagar assim o exigir, enfim uma justiça de pé de chinelo. Uma justiça para a qual se planeiam reformas sempre adiadas, porque os operadores judiciários e os governos não se entendem, e nem mesmo esses operadores se entendem entre si, um estado onde a justiça não funciona não pode ser considerado de direito e muito menos democrático. Voou para a justiça social, uma das bandeiras de Abril, que tornaria Portugal não num país sem ricos, mas onde os pobres o fossem menos, mas na realidade ao que assistimos è que os ricos são sempre os mesmos e cada vez mais ricos, e os pobres cada vez mais pobres e cada vez em maior numero. Voou para o José Calos Ary dos Santos e para o seu poema “As portas que Abril abriu”, meu caro Ary você afirma a determinado momento desse poema potentoso, que reflecte todo o ideário de Abril, ”agora ninguém mais cerra as portas que Abril abriu” , pois para mim essas portas estão mais cerradas que nunca.

quinta-feira, abril 20, 2006

25 de Abril

Está a chegar mais um 25 de Abril, para uns è o recordar o regime que os fez sofrer, para lembrarem velhas histórias quase sempre repletas de sofrimento, de luta, da policia politica, dos companheiros mortos, enfim de tudo o que vem à memória neste dia.
Para outros é mais um feriado no calendário, e portanto não se vai trabalhar o que é optimo, mas qual é o significado da data para estes jovens, porque são dos jovens que estou a falar.
Bom para estes jovens a data já è enfadonha e repetitiva, sempre os mesmos discursos de circunstância na Assembleia da Républica, nas diversas Assembleias Municipais pelo país fora, de louvor aos gloriosos Capitães de Abril, até não estou contra a que se lembrem os Capitães de Abril, antes pelo contrário, até porque muitos deles se ocupam os cargos que ocupam, a eles o devem, por isso um pouco a gratidão cai sempre bem.
São sempre as mesmas saídas dos Bombeiros, os mesmos foguetes, enfim o costume, há que inovar, há que convidar os jovens a participar na elaborar no programa das festas, recurso a novas tecnologias, espetaculos com raios laser, enfim tudo aquilo que os jovens gostam, porque o 25 de Abril não é revivalismo mas, antes pelo contrário, futuro.
Que o executivo municipal tenha em conta para os próximos 25 de Abril ou, porque não, já no próximo 1º de Maio que não é data exclusiva dos sindicatos, mas de todos.
Fica a sugestão.

Dr. Abel

Faleceu o Dr. Abel, Alpiarça e os Alpiarcences ficaram mais pobres.
Não só os que tiveram o previlégio de terem sido seus alunos, mas todos os que lucraram e muito com o seu convivio.
O Dr. Abel não foi apenas o professor, que no exercicio da sua actividade profissional, transmitia os conteudos curriculares das disciplinas que lecionou, foi também um pedagogo que fez questão de transmitir a todos os seus alunos e amigos, os principios de verticalidade, honestidade, sinceridade, frontalidade que fizeram dele um homem com H.
Viveu, não apenas passou pela vida, com a cara levantada não tendo de se envergonhar de qualquer dos seus actos, o que o tornou uma referencia para a comunidade onde passou a sua vida.
Muitos foram os que se deslocaram ao cemitério para uma ultima e derradeira homenagem, muitas palavras foram ditas, muitas lágrimas foram derramadas, mas tenho a certeza de que onde quer que esteja, o Dr. Abel viu que nem todas as palavras, nem todas as lágrimas eram sinceras, vindas do fundo do coração de quem tem um sentimento de grande perda, mas de mera circunstância, por outras palavras era só fingimento.
O mestre, sim porque foi aquilo que o Dr. Abel foi, sentiu-se triste e perguntando-se onde teria errado, mas digo-lhe eu do alto da minha ignorância não errou em nada, trasmitiu tudo o que de bom se pode transmitir a uma pessoa, mas nem todos tem capacidade de receber tão gratificante dávida.
Os mesquinhos, os hipócritas, aqueles que vivem para as aparências jamais mudam porque a sua vida depende disso, podem dizer-me que isso não é vida, acredito que assim seja mas para estes passantes da vida é.
Mais uma vez vou dizer o que disse em relação ao meu amigo Cipriano Carlos Coutinho, quando chegar a minha hora de partir para o lugar onde quer que que esteja, espero ter a honra de lhe poder dar um abraço e de o ouvir dizer: eis mais um amigo que chega.

domingo, abril 16, 2006

Tolan

Ali para os lados da Escola das Faias, conhecida no meu tempo por Escola Nova, está fundeado o Tolan de Alpiarça.
O original ficou en calhado no rio Tejo mas passado que foi muito tempo lá foi removido, mas em Alpiarça parece que as coisas são para sempre e nem o facto de um agora antigo presidente de junta de freguesia, morar lá próximo o problema se resolve.
Falo das instalações da antiga Junta Nacional do Vinho, agora Instituto do Vinho e da Vinha, que estão ao abandono, vandalizadas, para não falar do terreno circundante, qual matagal da selva africana, votado ao desprezo e tem só como unica utilidade o facto de lá se poderem ir buscar canas para o feijão verde.
Pergunto: para quando uma tomada de posição por parte do executivo camarário para resolver este estado de coisas, até porque como aquilo se encontra é propicio a acidentes com os jovens que vão para lá brincar, alguns à noite.
Espero uma resposta para breve

quinta-feira, abril 13, 2006

Maquiavélicos

Para quem não sabe Nicolau Maquiavel ficou célebre pelo seu livro "O Principe". Neste apresentava a tese de que para conquistar o poder ou mesmo conserva-lo ao principe tudo era permitido, trair, subornar e, até mesmo, assassinar.
Ficou conhecida em termos gerais esta tese por: os fins justificam os meios.
Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, onde assistiu ao periodo de grande poderio dos Médicis, mais própriamente Lourenço grande protector das artes.
Quando este caiu em desgraça e foi criada a Républica de Florença, Maquiavel oteve um cargo muito importante na administração pública (curiosa coincidência, não é verdade?).
Com a intervenção dos Espanhois em Itália, os Médicis voltaram "à mó de cima" e Maquiavel foi afastado de todos os seus cargos, porque não mercia mais a confiança dos actuais detentores do poder, por ter servido durante a Républica em lugares de destaque.
Suspeito de conspirar, foi preso e torturado, e foi neste periodo de afastamento do circulo do poder, onde nunca mais voltaria a entrar, que se dedicou à escrita realçando-se então o Principe, que mais não foi uma forma de "lamber as botas" aos Médicis, numa tentativa desesperada para recuperar os previlégios perdidos.
Foi tempo perdido e o Principe serve agora como livro de referencia para os ditadores, seja qual for o seu quadrante politico.
Voltemos agora ao Sec. XXI, olhemos à nossa volta, e quantos Maquiaveis encontramos?
Pois bem Maquiaveis modernos atentem numa simples constatação: quem vive à sombra de poderosos, sejam eles quem forem, vive no "fio da navalha" porque um dia eles acordam com os "pés de fora", e todos os previlégios que receberam lhes serão tirados com a mesma facilidade como foram dados, e aí como no caso de Maquiavel nem a escrita de livros lhes irá valer, tanto mais que nem um oficio sabem fazer quanto mais escrever um livro.
Podem sempre em altura de eleições, esperarem pelos resultados e deslocarem-se à sede de campanha dos vencedores, para os aclamarem como se fossem os mais fieis apoiantes, mas isso já está mais que estafado e ninguém acredita.
Cá estarei à espera para os ver cair, vai ser um estrondo do "caraças".

quarta-feira, abril 12, 2006

Orgulho

O campeonato nacional de futebol está a chegar ao fim e, quando isso acontecer, os adeptos do clube vencedor desfilarão em caravanas automóveis pelas ruas do concelho buzinando e empunhando bandeiras e cascois para manifestarem o orgulho que sentem pelo seu clube e ainda por mais vencedor.
Aproxima-se a realização do campeonato do mundo de futebol e, mais uma vez, iremos colocar a bandeira de Portugal nas nossas casas e carros, vamos vibrar com as vitórias e ficar tristes com as derrotas.
Em ambas as situações acho legitimo e até salutar manifestar, embora sem fervores excessivos, o nosso clubismo e nacionalismo, mas o que ainda não percebi é porque ainda não se começou também a manifestar o nosso orgulho de sermos Alpiarcenses, com a colocação nas nossas casas da bandeira do concelho, de fazermos desfiles automóveis no feriado municipal, cá por mim anda por aí muito boa gente que tem vergonha de dizer que é de Alpiarça.
É altura de mudar esta atitude e manifestarmos o nosso orgulho de Alpiarcenses que não se envergonham do seu passado, não temem o presente, e serão pioneiros em relação ao futuro.
É altura de banirmos os velhos do restelo, de ousarmos sonhar e termos capacidade de concretizar.
Como o exemplo deve vir de cima, que tal os eleitos municipais dos vários partidos colocarem nas suas casas e carros a bandeira do concelho, à semelhança daquilo que os vi fazer aquando do Europeu de Futebol, quando o Scolari pediu para colocarmos a Bandeira Nacional.
Ou será que têm vergonha dos que os elegeram e da terra que os viu nascer?
Cá estarei para ver.

segunda-feira, abril 10, 2006

Homenagem

Cipriano Carlos Coutinho morreu.
Era meu amigo e eu era seu amigo, tenho muita honra em ter sido digno da sua amizade.
Cada vez que venho a Alpiarça e passo na rua onde ele morava, quando passo junto da sua casa olho, quase instintivamente, para a divisão onde era o seu escritório na secreta esperança de o pder cumprimentar, e trocar com ele as habituais opiniões sobre o estado do nosso Benfica.
Coutinho, onde quer que esteja aqui fica a expressão da minha profunda saudade.
Tenho a certeza que quando chegar a minha hora nos iremos encontrar.

quinta-feira, abril 06, 2006

Ainda o estacionamento

Senhor comunista sem medos:
O seu comentário em relação ao estacionamento no parque do Clube Desportivo"Os Águias", legitimo como todos os outros, espero que aceite a legitimidade dos outros, causou-me um certo desconforto porque tratando-se de uma questão de estacionamento, já resvalou para o campo da discução da teoria politica que como tema pouco consensual só causa divisões pouco propicias ao que Alpiarça precisa neste momento.
Mas agora e a talho de foice voltemos à teoria politica, em Portugal vivemos em democracia que é o regime mais frágil que se conhece, porque alberga no seu seio até os seus próprios inimigos.
Por falar no dualismo comunismo/nazismo embora para muitos Alpiarcences pareça heresia, o que é facto é que estes dois regimes politicos assemelham-se e bastante, senão vejamos:
1ºRegimes de partido unico ou de diversos partidos controlados pelo partido do poder.
2ºPolicia politica, tortura e assassinatos por delitos de opinião.
3ºCensura aos orgãos de comunicação social com fecho de jornais, rádios e canais de televisão que não afinem pela cartilha oficial.
Mas contextualizemos, agora, históricamente os dois regimes, para o comunismo basta lembrar o papel de Estaline, com a colectivização força que levou, "apenas", amorte de milhares largos de camponeses, com as purgas que praticamente decapitaram o aparelho dirigente do PCUS, com a perseguição aos judeus, assassinatos politicos até no estrangeiro, para não falar no papel do camarada na 2ª Guerra Mundial, com o célebre acordo entre José de Ribbentroop por parte da Alemanha Nazi e Molotov por parte da União Soviética, que dividiu a Polónia, para não falar de outros lideres posteriores, até ao aparecimento de Gorbatchov, que seguiram a mesma politica tanto a nivel interno, como externo tipo invasão da Checoslováquia, da Hungria, a imposição de lideres fantoches em países tais como a Polónia, Hungria, Checoslováquia, antiga RDA.
Se estes "defensores" da classe operária não fossem dirigentes de uma super potência, que à altura de Gorbatchev gastava 70% do orçamento com a defesa, seriam levados a um tribunal internacional e julgados por crimes contra a humanidade.
Ainda agora está a decorrer um inquérito no parlamento polaco sobre a imposição da lei marcial na Polónia, por altura das manifestações do sindicato independente Solidariedade, por parte do palhaço manobrado pela União Soviética, Jaruzelski que argumenta a seu favor que a lei marcial foi imposta para evitar uma invasão militar do país por parte da União Soviética, muitos e muitos factos poderia agora citar, mas fico-me por aqui.
Falo na União Soviética, porque era na sociedade soviética que se materializa o modelo social que os comunistas portugueses em geral, e os de Alpiarça em particular, se materializava, mas ao fim e ao cabo o rei ia nu.
Devo reconhecer nos comunistas portugueses uma forte estrutura mental, porque depois dos sacrificios porque passaram, chegaram à conclusão, de que no fim das contas o que parecia ser o paraíso na terra era, afimal um inferno.
Quereriam os Alpiarcenses passar pelo que passavam os Russos?
Certamente que não, ser comunista não é doença mas não e tamanha virtude assim.

quarta-feira, abril 05, 2006

Estacionamento

Voltando de novo à questão do estacionamento no parque do Clube Desportivo "Os Águias", oferece-me dizer a titulo de reflexão:
1º Se o local foi cedido para que nele se construi-se um parque de estacionamento, então é o que ele deve ser porque, a não ser assim, não vale a pena fazerem-se testamentos, alguns bastante caros, se não forem para serem cumpridos pelos que cá ficam e, tanto mais, os que partiram onde se quer que se encontrem, não têm capacidade de fazer cumprir as suas ultimas vontades.
Está certo que agora os tempos são outros e com maior intensidade de tráfego, por isso com maior dificuldade para encontrar estacionamento, permita-se, por isso o estacionamento, mas por tempo limitado, para que todos sem execepção a ele tenham acesso e permitir o normal fluir das actividades comerciais que naquele largo têm lugar.
2º Quanto a uma pertença colagem do autor do "post" ao Partido Comunista Português, posso dizer que, por meu conhecimento pessoal, é totalmente apartidário, mas e se não fosse? Qual era o problema de pertencer ao Partido Comunista Português? Não garante a Constituição da Republica Portuguesa que os cidadãos se podem agrupar em partidos politicos? Já era tempo de acabarem as reservas mentais em relação a diferentes opiniões, tendo sempre com estigma o facto de terem sido proferidas, por pessoas de ideologia politica diferente da nossa.
3º Relativamente ao antes e após 1998 é necessario contextualizar históricamente os acontecimentos, assim, é preciso lembrar que o PCP ganhou as eleições autarquicas, devido ao facto de termos saído, recentemente, de uma ditadura, contra a qual o partido tinha lutado heroicamente e com o sacrificio de alguns quadros, alguns dos quais de Alpiarça, foi uma espécie de recompensa.
Devo, contudo, dizer que apesar de gestos heroicos muitos dos eleitos pelo PC não tiveram quaisquer gestos heroicos, apenas se colaram e capitalizaram politicamente com o sacrificio dos outros.
Dizem os comunistas que muita coisa boa foi feita, mas pergunto: se não fosse para fazerem as coisas boas para que é que os Alpiarcenses os elegeram? Se fosse para ficar igual ou pior, não valia a pena, porque como diz a canção: "para melhor ta bem, ta bem, para pior já basta assim".
O mesmo se aplicará aos socialistas que, quando sairem do poder, dirão a mesma coisa e, nós Alpiarcences, voltaremos a perguntar a mesma coisa e a dizer que eles, socialistas, só ganharam porque que estavamos fartos de aturar os comunistas.
4º Não vale a pena voltarmos a lutas, que nos dividem, por causa da falta de sensatez em relação ao estacionamento num parque, é mais importante o e que nos une tendo em vista o presente, perspectivando o futuro, do que as velhas questiunculas politico/partidárias, que como já, anteriormente, disse não contam em nada para a nossa felicidade.

segunda-feira, abril 03, 2006

2 de Abril

Cumpriu-se no passado 2 de Abril mais um ano sobre a elevação de Alpiarça a concelho.
Arranjou-se um programa comemorativo, do qual destaco a animação no parque defronte ao Clube Desportivo "Os Águias", vocacionada para as crianças.
Palhaços, pinturas faciais, escultura de balões e um bolo de anos, muito gostoso por sinal, que tive ocasião de provar, por isso, e desde já, os meus parabéns ao pasteleiro.
Fica aqui, contudo, um reparo à consideração da autarquia e que julgo pretinente: que tal uma limpeza à estátua de José Relvas, situada no Jardim Municipal, que foi o principal reponsavel de estarmos a comemorar esta data.
José Relvas onde quer que se encontre agradece, e os Alpiarcenses também.

Livro do insurrecto

No dia 1 de Abril de 2006, foi lançado na"Tintas & Letras" o livro do João Moita entitulado " O livro do insurrecto".
O João é um homem livre que sabe dizer não, como é apanágio dos homens livres.
O João já definiu horizontes e os caminhos para os alcançar e mesmo que, momentaneamente, estes desapareçam, se sinta perdido e sem rumo, e, mesmo, que vozes lhe falem baixinho com palavras doces sobre o seu rumo e destino saberá sempre gritar como o poeta: "não sei onde estou, não sei para onde vou, só sei que não vou por aí".
O João vive num mundo que não é o seu, de conceitos com os quais não concorda, num jardim com árvores sem folhas que ele, teimosamente, tenta recolar, embora sabendo que outros se encarregarão de arrancar.
O João é um jovem de excepção que Alpiarça merce na opinião da Vereadora da Cultura Drª Vanda Nunes .
É verdade Alpiarça merece ter entre os seus um homem livre como o João, tanto pelo seu passado, pelo seu presente e especialmente pelo seu futuro, saiba o João dignificar Alpiarça assim como Alpiarça dignificar o João.
O futuro da nossa terra não passa sómente pelo alcatrão nas estradas, pelas fábricas na zona industrial, mas passa também pela cultura, pelo apoio aos criadores de todas as formas de arte, mas para isso se concretizar é preciso que os nossos decisores politicos municipais, desçam do pedestal dos seus conceitos, das suas certezas absolutas, e de vez em quando reconheçam como certos alguns dos conceitos daqueles "lunáticos" que no seu pseudo-delirio acabam por fazer avançar o mundo.